PIX promete mudar dinâmica das transações no Brasil

20 de fevereiro de 2020 às 0h05

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O presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que projeto é um dos mais importantes da entidade neste ano - Crédito: Adriano Machado/Reuters

Brasília – O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, defendeu nessa quarta-feira (19) que a implementação do pagamento instantâneo brasileiro, que começará em novembro deste ano, faz parte de um projeto maior do BC, que mudará a forma como as transações financeiras são feitas no País a um custo mais baixo.

“Esse projeto é um dos mais importantes do ano para a gente, ele aporta em um contexto de inovações que está por vir”, afirmou ele, aparecendo por videoconferência na apresentação em São Paulo da marca do pagamento instantâneo brasileiro, batizada de PIX.

“Acreditamos que a intermediação financeira vai transformar o custo de pagamentos no Brasil e acreditamos que, com esse sistema, junto com outros sistemas que estão por vir, unificando-se ao longo de 2021, nós vamos ter uma diferenciação na forma de fazer as transações financeiras no Brasil”, acrescentou.

Funcionamento – Com o sistema de pagamento instantâneo, a transferência de dinheiro de uma conta para outra será feita em poucos segundos, 24 horas por dia, nos sete dias da semana, inclusive entre contas de diferentes instituições financeiras.

Campos Neto afirmou que sua introdução diminuirá o “grande custo” para a sociedade de carregar dinheiro de forma física, o que afetará também o transporte de numerários.

Também presente no evento, o diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução do BC, João Manoel Pinho de Mello, explicou que o BC irá prover a infraestrutura sobre a qual os participantes de mercado, instituições de pagamento, bancos e outros agentes poderão participar desse ecossistema de pagamentos instantâneos.

Segundo Mello, com o PIX, a expectativa é de que haverá mais competição no mercado, inclusão de pessoas, facilidade nas transações e custo menor para os usuários.

Na prática, ele será uma alternativa aos modelos já existentes de transações e pagamentos, como TED, DOC, boleto, cheque e cartões.

“Nosso objetivo aqui é prover serviço público, uma plataforma, para que agentes privados compitam e sejam provedores de serviços de alta qualidade a custos competitivos para os usuários finais”, disse Mello.

“Facilita a entrada de novos atores porque é plataforma neutra, é a mesma para todo mundo”, completou.

QR Code – De acordo com o BC, o PIX também permitirá a realização de transações por meio de QR Code ou com a inserção de informações como número de celular, e-mail, CPF ou CNPJ.

Em nota sobre o tema, o BC disse ainda que, além das funcionalidades que já estarão operacionais em novembro, estão no radar da autoridade monetária outras inovações, como o pagamento por aproximação. (Reuters)

Competição em mercado do segmento deve crescer

São Paulo – De acordo com o diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução do Banco Central, João Manoel Pinho de Mello, além da rapidez e praticidade dos pagamentos instantâneos, o PIX provocará maior competição no mercado de pagamentos, com a redução dos custos e melhoria na qualidade dos serviços.

“Além disso, essa iniciativa, em linha com a revolução tecnológica em curso, possibilita a inovação e o surgimento de novos modelos de negócio e promove a eletronização dos pagamentos, reduzindo o risco operacional e as dificuldades relacionadas ao uso do dinheiro em espécie”, ressaltou.

O chefe adjunto do Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro do BC, Carlos Eduardo Brandt, destacou ainda que o BC não está colocando restrições para a cobrança de tarifas para as transações e disse que o PIX está sendo estruturado de forma aberta a fim de estimular a competição, a fim de que a disputa de mercado resulte em uma boa formação de preços para o usuário final.

“Há liberdade para que os agentes econômicos, que precisam ter seus negócios viabilizados, cobrem dos seus clientes naquilo que agregar valor. Se houver qualquer tipo de situação em que a formação de preço seja distorcida ou não bem realizada, nada impede que o BC, com seu papel de regulador, interfira nessa falha de mercado específica”, disse Brandt. (ABr)

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