Captação líquida da poupança bate recorde

5 de outubro de 2019 às 0h05

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Crédito: Divulgação

Brasília – Depois de alternar resultados negativos e positivos nos últimos meses, a caderneta de poupança, aplicação financeira mais tradicional do País, registrou captação líquida recorde para meses de setembro. No mês passado, os depósitos na caderneta de poupança superaram os saques em R$ 8,72 bilhões, informou, na sexta-feira (4), o Banco Central. Este é o maior valor para o mês desde o início da série histórica, em 1995.

Em setembro do ano passado, os correntistas tinham depositado R$ 8,54 bilhões a mais do que tinham retirado. Apesar do recorde do último mês, a poupança acumula saques líquidos em 2019. De janeiro a setembro, os brasileiros retiraram R$ 6,06 bilhões a mais do que depositaram na caderneta. No mesmo período do ano passado, as captações (depósitos) tinham superado as retiradas em R$ 25,5 bilhões.

Até 2014, os brasileiros depositavam mais do que retiravam da poupança. Naquele ano, as captações líquidas chegaram a R$ 24 bilhões. Com o início da recessão econômica, em 2015, os investidores passaram a retirar dinheiro da caderneta para cobrir dívidas, em um cenário de queda da renda e de aumento de desemprego.

Em 2015, R$ 53,57 bilhões foram sacados da poupança, a maior retirada líquida da história. Em 2016, os saques superaram os depósitos em R$ 40,7 bilhões. A tendência inverteu-se em 2017, quando as captações excederam as retiradas em R$ 17,12 bilhões, e em 2018 – captação líquida de R$ 38,26 bilhões.

Com rendimento de 70% da Taxa Selic (juros básicos da economia), a poupança está se tornando menos atrativa porque os juros básicos estão no menor nível da história, em 5,5% ao ano. Mesmo assim, o investimento tem conseguido garantir rendimentos acima da inflação, que está em níveis baixos.

Nos 12 meses terminados em setembro, a poupança rendeu 4,13%. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)-15, que funciona como uma prévia da inflação oficial, acumula 3,22% no mesmo período. Na próxima quarta-feira (9), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga o IPCA cheio de setembro.

Fundos – Os fundos de investimento acumulam captação líquida de R$ 205,7 bilhões entre janeiro e setembro deste ano. O resultado se aproxima dos R$ 224 bilhões atingidos no mesmo período de 2017, volume recorde da série histórica da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), iniciada em 2002, e supera a média dos últimos cinco anos, de R$ 120,9 bilhões. Em relação aos nove primeiros meses de 2018, o avanço foi de 180%.

No ano, os ingressos líquidos dos fundos de ações e dos multimercados se destacam entre as demais classes: até setembro, registraram R$ 47,7 bilhões e R$ 56 bilhões, respectivamente, com altas de 156,7% e de 32,3% sobre igual intervalo de 2018. “Com a Selic mais baixa, desde o ano passado temos acompanhado um ritmo de crescimento mais acentuado em renda variável e multimercados. Os investidores estão buscando diversificar suas carteiras”, diz o vice-presidente da Anbima, Carlos André.

Os fundos de renda fixa reverteram os resgates líquidos de R$ 2,1 bilhões dos nove primeiros meses do ano passado para captação positiva de R$ 13,1 bilhões em 2019. Na mesma base de comparação, os fundos de previdência avançaram 84,2%, para R$ 26 bilhões, e os ETFs tiveram alta de 1.519,4%, para R$ 7,4 bilhões.

A sinalização do Banco Central de cortes adicionais na Selic impactou positivamente as rentabilidades dos ativos no mercado: todos os tipos de fundos encerraram setembro em alta. No acumulado de 2019, os fundos de ações apresentam os maiores retornos. Os tipos Índice Ativo (cuja gestão tem o objetivo de superar o benchmark, como o Ibovespa) e Ações Livre (que não tem o compromisso de seguir uma estratégia específica) tiveram ganhos médios de 24,1% e de 23,5%, respectivamente, superando o Ibovespa, que chegou a 19,2% no período.

Entre os multimercados, o tipo Macro (que realiza operações com estratégias baseadas em cenários macroeconômicos de médio e longo prazos) apresentou retorno médio de 8,6% até o fim do terceiro trimestre. Os fundos com maiores prazos tiveram as melhores rentabilidades na renda fixa. Os tipos Duração Alta Soberano (que investe somente em títulos públicos federais com prazos maiores) e Duração Alta Grau de Investimento (que investe, no mínimo, 80% da carteira em títulos públicos federais com prazos maiores), registraram altas de 15,1% e de 10,3%, respectivamente.

Segmento de investidor – A captação líquida das pessoas físicas em fundos de investimento chegou a R$ 70 bilhões até agosto deste ano. O resultado representa 40% do total da indústria no período (que estava em R$ 177,6 bilhões no acumulado de oito meses).

“A tendência é que a participação desses clientes continue crescendo com a ampliação do acesso aos fundos. Também está entre os esforços da Anbima contribuir para que indústria se comunique cada vez melhor com o investidor final”, conclui Carlos André. (Com informações da Agência Brasil)

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