Presidente do Federal Reserve diz que ajustes modestos não serão suficientes

4 de outubro de 2019 às 0h04

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Charles Evans afirma que o Fed continua a ter independência - Crédito: REUTERS/Juan Medina

Madri – As perspectivas para a economia dos Estados Unidos são “bastante boas”, mas ajustes modestos na política monetária não serão suficientes para compensar possíveis choques econômicos, disse ontem o presidente do Federal Reserve de Chicago, Charles Evans.

O Fed reduziu a taxa de juros dos EUA duas vezes este ano, uma vez que as empresas norte-americanas foram afetadas por crescentes tensões comerciais com a China, risco político – incluindo o divórcio potencialmente caótico do Reino Unido da União Europeia – e enfraquecimento do crescimento econômico na Alemanha e em outros países.

“Se houver um evento que choque a economia mundial ou a economia dos EUA, esses ajustes modestos não serão nem um pouco suficientes, isso é apenas um gerenciamento de riscos para ajudar a melhorar as coisas, à medida que nos esforçamos para obter crescimento de aproximadamente 2% (nos EUA) nos próximos 18 meses”, disse Evans em uma conferência em Madri.

“A economia dos EUA continua a crescer acima da tendência… as perspectivas econômicas dos EUA são bastante boas, ainda têm fortes fundamentos”, disse ele, acrescentando contudo que as tensões comerciais ainda apresentam riscos negativos, potencialmente adiando as decisões de investimento das empresas.

Além das preocupações comerciais, os Estados Unidos ganharam aprovação na quarta-feira (2) para cobrar tarifas de importação sobre mercadorias europeias no valor de US$ 7,5 bilhões, devido a subsídios ilegais da UE concedidos à Airbus, o que ameaça desencadear uma guerra comercial retaliatória transatlântica.

Evans disse que o Federal Reserve continua a ter “uma quantidade razoável de independência” e está focado em seu mandato, apesar das críticas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a suas medidas de política monetária.

“As pessoas podem te criticar… (mas) o que precisamos fazer é manter a cabeça baixa e prestar atenção no nosso objetivo do mandato” de emprego e inflação, disse Evans em uma conferência em Madri.

Na terça-feira (1), Trump renovou as críticas ao banco central dos EUA, dizendo que o Fed tem mantido a taxa de juros “muito alta” e que um dólar forte está prejudicando as fábricas norte-americanas. (Reuters)

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