Prorrogação de operações de crédito atinge R$ 535 bi

26 de maio de 2020 às 0h11

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Crédito: Adriano Machado/Reuters

Brasília – O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, destacou ontem que é recomendada cautela na condução da política monetária no País e que a dívida pública alta é importante fator de risco, apontando que houve aumento nos juros de 5 anos especialmente para os países de dívida mais elevada – Brasil e África do Sul.

Em apresentação divulgada pelo BC, Campos Neto divulgou que a prorrogação de operações de crédito no âmbito da renegociação de dívidas junto a bancos chegou a R$ 535,7 bilhões no período de 16 de março a 15 de maio, tendo como pano de fundo a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus.

Ele reiterou ainda mensagem da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), apontando que o colegiado considera um último ajuste nos juros, não maior que o corte de 0,75 ponto realizado em maio. Hoje, a Selic está em 3% ao ano.

“O Comitê reconhece que se elevou a variância do seu balanço de riscos e ressalta que novas informações sobre os efeitos da pandemia, assim como uma diminuição das incertezas no âmbito fiscal, serão essenciais para definir seus próximos passos”, trouxe a apresentação, preparada para reunião de Campos Neto com representantes da Organização das Cooperativas Brasileiras.

Financiamentos na crise – Sobre o comportamento do mercado de crédito em meio à crise, a maior parte das renegociações foi feita pelos bancos públicos grandes: 50,9% do total. Aparecem em seguida as instituições privadas de grande porte, com fatia de 27,9%.

A abertura de dados pelo BC também mostrou que, considerando os segmentos de corporate (grandes empresas), middle (médias empresas), MPE (micro e pequenas empresas) e pessoas físicas, o valor das operações negociadas foi maior para as famílias, chegando a R$ 335,7 bilhões, ou 62,7% do total.

As empresas médias responderam por 20,4% do valor do crédito repactuado no período, seguidas pelas micro e pequenas empresas (11,1%) e pelas grandes empresas (5,9%).

Já em relação às novas contratações, o BC contabilizou R$ 441,8 bilhões em operações de 16 de março a 15 de maio, sendo que nesse caso as grandes empresas saíram na frente, abocanhando 57,9% do total. Pessoas físicas vêm na sequência (22,6%), com médias empresas (11,6%) e micro e pequenas (8%) atrás.

Para as novas contratações, a relação entre públicos e privados se inverteu, com os bancos privados sendo mais atuantes. Das operações totais, 59% foram fechadas pelos grandes bancos privados e apenas 19,1% pelos maiores bancos públicos.

Títulos privados – Na apresentação, Campos Neto também chamou a atenção para a captação líquida negativa de R$ 6,6 bilhões de títulos privados no acumulado de janeiro a março deste ano. No mesmo período do ano passado, havia sido registrado uma captação de R$ 16,2 bilhões.

O movimento foi capitaneado pelas debêntures livres, com uma captação líquida negativa de R$ 4,8 bilhões acumulada no primeiro trimestre deste ano, frente a aumento de R$ 22,3 bilhões em igual etapa de 2019.

Segundo Campos Neto, os valores negociados e spread de debêntures aumentaram de maneira significativa no início da quarentena no mercado secundário, mas começaram a ceder a partir de meados de abril. (Reuters)

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