A maioria das organizações verá o formato de trabalho mudar vertiginosamente nos próximos dois anos. Para lidar com essas mudanças, mais de dois terços (69%) dos executivos de Recursos Humanos acreditam que a área em que atuam precisa se reinventar e se transformar completamente.
Essas são algumas das conclusões da pesquisa “Pulso do RH 2020” (HR Pulse 2020, em inglês), conduzida pela KPMG com 1.288 executivos de Recursos Humanos de 59 países e territórios e 31 setores-chave da economia entre julho e agosto deste ano. O conteúdo também revelou que 40% dos colaboradores continuarão a trabalhar remotamente e 35% dos colaboradores precisarão ser requalificados nos próximos dois anos.
“A área de Recursos Humanos deve realizar uma transição imediata e parar de apagar incêndios decorrentes dos impactos da pandemia para executar ações de longo prazo com o objetivo de empoderar a força de trabalho de suas organizações. A pandemia é uma oportunidade para que tanto as áreas de RH quanto as empresas se transformem para melhor, e essa nova realidade tem que ser enfrentada”, afirma Camilla Padua, líder de People Consulting da KPMG no Brasil.
A pesquisa também evidenciou que as prioridades da área de RH refletem os enormes efeitos da Covid-19. As ações classificadas nas posições mais altas são: medidas para salvaguardar a experiência e o bem-estar dos colaboradores (47%); auxílio às lideranças no desenvolvimento da nova gestão e das habilidades de liderança para prestar suporte ao trabalho remoto (38%); e redefinição ou aprimoramento adicional da cultura para enfatizar o enfoque digital, o trabalho virtual e a agilidade (34%).
Outras constatações indicam que 35% dos colaboradores precisam ser requalificados e, para 72% dos respondentes, desenvolver o talento através do aprimoramento de qualificações e da requalificação é um dos fatores importantes para dar forma à futura força de trabalho.
Sobre aspectos tecnológicos, para 54% o maior investimento se dá em novas plataformas de aprendizado e desenvolvimento em suas atualizações, e para 53% os investimentos em ferramentas de colaboração para prestar suporte ao trabalho remoto vieram logo atrás do maior investimento.
A pesquisa da KPMG também perguntou sobre as três principais competências requeridas pela área de RH: fazer gestão de mudanças transformacionais (44%); gerenciar o desempenho e a produtividade em um ambiente predominantemente remoto (40%); realizar a pauta referente ao aprendizado e ao aprimoramento de qualificações e à requalificação da força de trabalho (36%).
Nem todo teste é 100% eficaz, diz fornecedor
A notícia de que cerca de 7 milhões de testes RT-PCR, para a Covid-19 no Brasil teriam os prazos de validade estendidos fez com que muitas pessoas começassem a questionar a eficácia dos exames após os vencimentos, previstos já para o mês de janeiro. A medida, anunciada pelo Ministério da Saúde, seria uma alternativa para evitar o desperdício do material, e para ampliar a testagem na população.
Mas, vencendo ou não prazo de validade, a capacidade de detectar o vírus nos testes que o Governo Federal tem fornecido nunca foram 100% eficazes. A afirmação é do importador e fornecedor de exames Diego Arruda, que aponta uma falha na logística.
“A questão não é sobre a qualidade dos testes, e sim, a maneira como são usados. Os testes RT-PCR do Ministério da Saúde precisam da máquina Lacen Fiocruz para fazer a leitura do teste e emitir o resultado. Poucas cidades do Brasil possuem essas máquinas, que levam sete dias para analisar o material”, detalha. “Ou seja, considerando o prazo de envio, mais o da realização da análise e o do retorno com o resultado, dá mais de uma semana. A pessoa demora a saber se está com o vírus ativo ou não, e os médicos não sabem se orientam os pacientes a ficarem em isolamento ou se estão fora da fase de contaminação”, explica.
De acordo com o ministro da saúde, Eduardo Pazuello, um relatório da Organização Panamericana de Saúde (Opas) atestou a possibilidade de extensão dos prazos. O ministro informou também que a pasta pediu autorização para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Logística de apuração – “Pode se aumentar o prazo de validade, mas, na minha opinião, vai acontecer o mesmo daqui a um tempo. As prefeituras não querem mais esses testes do Ministério da Saúde, o que precisa ser feito é uma mudança na forma de detecção”, finaliza.
De acordo com o Ministério da Saúde, há mais de 7 milhões de testes parados no estoque:
- 2.814.500 têm data de validade que expira em dezembro
- 3.979.700 vencem em janeiro de 2021
- 212.900 expiram em fevereiro de 2021
- 70.800 vencem em março de 2021