CBA fará aportes de R$ 20 milhões para modernizar linhas de produção

1 de agosto de 2019 às 0h18

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Companhia Brasileira de Alumínio mantém três complexos minerários em Minas Gerais - Crédito: Paulo Vitale2 010

Presente em Minas Gerais com três unidades de mineração, a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) viveu uma reviravolta em seu negócio nos últimos cinco anos. Diante de um cenário econômico desafiador, a empresa se reinventou por meio da redefinição de sua estratégia, reformulação de marca e implementação de uma cultura de eficiência. Agora, a empresa foca na reestruturação rumo à indústria 4.0: só este ano a CBA investirá R$ 20 milhões em modernização das linhas de produção.

De acordo com o presidente da CBA, Ricardo Carvalho, a empresa sempre investiu em inovação, pesquisa e desenvolvimento, mas em 2019 esses investimentos ganham mais estrutura a partir da criação de uma governança orientada ao tema, assim como disseminação da cultura de inovação entre os colaboradores.

Ao longo dos últimos anos, a companhia avançou em digitalização de processos, compra de equipamentos para coleta de dados e até na utilização de tecnologias como realidade virtual e impressão 3D. Este ano, os investimentos serão para modernização das linhas com base em tecnologias como inteligência artificial, advanced analytics, robotização e automatização de processos.

“A ideia é preparar a companhia para essa realidade da indústria 4.0. Já temos grupos de trabalho pensando nessa evolução e queremos que esse seja um processo que englobe toda a empresa: queremos abrir a cabeça das pessoas para esse novo mundo”, diz.

O executivo explica que a empresa vive, em 2019, um cenário mais positivo que nos anos anteriores, que foram marcados por forte crise econômica. Ele não pode fazer previsões de crescimento em números reais, mas acredita que o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) deve continuar crescendo como resultado dos investimentos realizados pela empresa nos últimos anos.

Em 2018, a empresa quase dobrou o valor do seu Ebitda, em relação a 2017: passou de R$ 436 milhões para R$ 832 milhões. “Este ano esse indicador deve ser prejudicado por causa do preço do alumínio, mas as mudanças que fizemos na estratégia da empresa vão contribuir positivamente para esse resultado”, explica.

Reinvenção – Os resultados positivos do último ano são fruto de um trabalho que começou em 2015, conforme explica o presidente. Na época, a empresa vivia uma drástica redução de demanda, principalmente nos clientes do setor de transporte, que é um dos mercados mais estratégicos para a CBA.

Dados da Associação Brasileira do Alumínio mostram que o consumo de alumínio no segmento de transportes passou de 249 mil toneladas, em 2014, para 210 mil toneladas em 2015 e, em seguida, para 177 mil toneladas em 2016. A queda foi de 28% nesse período. Em 2017, a demanda voltou a crescer, mas no ano passado o consumo foi de 233 mil toneladas, o que ainda é inferior a 2014.

“O período de 2014 a 2016 foi o mais difícil e nós, assim como todas as empresas, precisamos nos reinventar”, relata. A CBA começou redefinindo sua estratégia de operação: se até então a empresa atuava em diferentes áreas, mas sem fazer essa diferenciação na prática, hoje a companhia tem três negócios definidos: geração de energia; produção de alumínio primário e laminação e extrusão. Além disso, a empresa definiu seus mercados estratégicos, que são os setores de transportes e embalagens.

“Também redefinimos nossa missão, entendendo que, mais que provedores de alumínio, seríamos produtores de soluções e serviços. Passamos a trabalhar junto aos clientes e a desenvolver produtos em conjunto com eles, como kits para montar caminhão baú ou kits para painel solar”, detalha.

Em 2016, a CBA viveu outro momento importante que foi a separação da Votorantim Metais, se tornando uma empresa independente. Neste ano, a companhia se concentrou em um trabalho de desenvolvimento de sua liderança e também na criação de uma cultura organizacional baseada em quatro eixos: trabalho em equipe; divergência construtiva; senso de dono e ambição por competitividade.

“Começamos a implementar essa cultura e temos visto o resultado dela na prática. Hoje, os líderes das diferentes áreas compartilham suas metas e identificam possibilidade de cruzamento entre elas. Tudo isso é amplamente divulgado, o que gera confiança, estimula o trabalho em equipe e o sentimento de dono”, afirma.

Em 2017, a CBA passou por um processo de consultoria para aceleração de captação de oportunidades existentes no negócio. Entre os resultados apareceram formas mais eficazes de contratar serviços, novas estratégias para negociação com fornecedores, oportunidades tributárias e possibilidades de melhoria de produtos.

“O mais interessante é que a maioria das oportunidades que levantamos já era do nosso conhecimento, mas no dia a dia da operação não conseguimos parar para implementar”, analisa.

No ano passado, a empresa reformulou sua marca e adotou uma logo com um círculo que parece girar num fluxo contínuo. Ela aponta justamente para esse processo de reinvenção que a CBA vem experimentando.

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