Encontro internacional debateu a felicidade em BH

7 de dezembro de 2019 às 0h16

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Uma forma de conseguir cidades mais felizes é se organizando, avaliou Adriana Muls - Crédito: Divulgação

Aconteceu em Belo Horizonte, nos dias 4 e 5, na sede do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae Minas), na região Oeste, o 5º Encontro Internacional de Cidades Felizes. O evento se propôs a ser um espaço de colaboração, inspiração e estímulo para o fortalecimento, de forma participativa, de modelos de cidades baseados na felicidade e no bem-estar das pessoas.

De acordo com o organizador e presidente do Instituto Movimento pela Felicidade, Benedito Nunes, a realização do Encontro no Sebrae Minas traz uma forte simbologia. “É muito importante estarmos na casa dos pequenos negócios em um seminário que trata das cidades felizes, com o objetivo de discutirmos a construção de políticas públicas que induzam a felicidade para as pessoas. Felicidade não significa a ausência de problemas, mas a nossa capacidade de superar os desafios do dia a dia. Por isso, estamos aqui na casa do empreendedor para falarmos desse tema que é muito convergente com o propósito de empreender no nosso País e fazer um mundo melhor”, analisou Nunes.

O evento foi dividido entre palestras que relacionaram a agenda global pelo desenvolvimento sustentável e a felicidade e painéis temáticos que buscavam o alinhamento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), promovidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2105, e a felicidade. Os painéis trataram dos ODS 4 – “Assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos” -, na perspectiva da educação; ODS 3 – “Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades”, nas perspectivas da saúde, longevidade e felicidade; ODS 10 – “Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles”, na perspectiva da segurança e do protagonismo; ODS 16 – “Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis”, na perspectiva da comunicação; e ODS 5 – “Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas”, na perspectiva da diversidade.

Para o professor da Universidade de São Paulo (USP) e da Fundação Dom Cabral (FDC), Sigmar Malvezzi, a capacitação para uma vida feliz é desenvolvida na subjetivação. “Esse é o processo de construção das estruturas subjetivas que produzem o sujeito. A vida feliz de alguém tem o tamanho dos seus ideais. Uma pessoa sem ideais é infeliz”, afirmou Malvezzi.

A analista de Promoção Social do Sistema Ocemg, Rouzeny Zacarias, destacou a necessidade da governança para a construção de cidades felizes. O Sistema Ocemg é  formado pelo Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado de Minas Gerais (Ocemg) e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo de Minas Gerais (Sescoop-MG).

“Os ODS não estão nos relatórios, eles precisam estar dentro de nós. A raiz da felicidade humana é sermos humanos”, resumiu Rouzeny Zacarias.

Convidada a falar sobre o Movimento Minas 2032 (MM 2032), a presidente do DIÁRIO DO COMÉRCIO, Adriana Muls, apresentou a experiência, que já completou dois anos e reúne empresas, setor público e academia em busca de um Estado sustentável.

Uma forma de conseguir cidades mais felizes é se organizando. Há dois anos, o DIÁRIO DO COMÉRCIO se propôs a organizar o Movimento Minas 2032, com o objetivo de articular a sociedade para a construção de um projeto de desenvolvimento que tem como premissa os ODS. Precisamos saber e agir sobre o que significa para Minas Gerais não deixar ninguém para trás”, explicou Adriana Muls.

Comunicação – A comunicação foi um dos temas de destaque dentro do 5º Encontro Internacional de Cidades Felizes. No painel “Comunicação não-violenta e jornalismo propositivo, orientado pelo ODS 16 – “Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis”.

Participaram da mesa a promotora de Justiça Titular da 23ª Promotoria de Justiça da Infância e Juventude Infracional de Belo Horizonte e representante do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) no Fórum Global de Lei, Justiça e Desenvolvimento do Banco Mundial, Danielle Arlé; a fundadora da Bridge Comunicação, Liliane Lana; a presidente do DIÁRIO DO COMÉRCIO, Adriana Muls; e o gerente-geral de Relações Institucionais e de Comunicação da ArcelorMittal Brasil, Fernando Carvalhaes.

A comunicação não-violenta é uma abordagem da comunicação que se propõe a criar maior conexão empática com as outras pessoas e consigo mesmo, permitindo que nossa compaixão natural se sobressaia. É uma maneira autêntica de nos relacionarmos. Como abordagem de comunicação, a comunicação não-violenta pode ser usada para expressar o que estamos sentindo com autenticidade, escutar o outro com empatia e escutarmos a nós mesmos de maneira eficaz.

“A empatia não é só a capacidade de se colocar no lugar do outro, ela é a compreensão respeitosa do que o outro está vivendo. Eu me conecto empaticamente com o outro quando me afasto das avaliações e julgamentos e me concentro plenamente na mensagem do outro”, explicou Danielle Arlé.

Já o jornalismo propositivo é um movimento que surgiu na Europa e vem se espalhando pelo mundo. Em contraposição ao modelo tradicional, coloca foco nos aspectos positivos da notícia. Além das cinco questões básicas do jornalismo – quem, o que, onde, quando e porque – acrescenta uma sexta e determinante pergunta: “o que pode ser feito agora?”.

“O uso da palavra sempre me preocupou muito. O uso dela de maneira irresponsável causa impactos terríveis. Se queremos construir cidades felizes, precisamos também pensar em narrativas inspiradoras, que construam, que sejam propositivas, para pensarmos em um mundo melhor. De um lado, jornalistas e empresas jornalísticas devem rever a prática diária se quiserem ser construtivos e, de outro, nós, enquanto cidadãos, também precisamos avaliar e decidir que tipo de conteúdo queremos acessar e que vamos consumir”, analisou Adriana Muls.

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