Faturamento dos centros de formação de condutores despenca em MG

5 de maio de 2020 às 0h13

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Crédito: Alisson J. Silva

Desde o início da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), inúmeras atividades empresariais deixaram de funcionar devido às medidas de distanciamento social.

Com isso, milhares de empresas de diversos segmentos já somam prejuízos que vão além do esperado. Esse é o caso dos centros de formação de condutores (CFCs) em Minas Gerais.

Todos os estabelecimentos em Minas estão fechados em virtude da pandemia e já observam uma queda no faturamento entre 80% e 100%. Essa é uma constatação da pesquisa de opinião “Impactos do Covid-19 no segmento de autoescolas”, elaborada pela Fecomércio MG e o Sindicato dos Proprietários de Centros de Formação de Condutores do Estado de Minas Gerais (Siprocfc-MG).

O presidente do Siprocfc-MG, Alessandro Dias, explica que todos os CFCs tiveram que suspender as atividades neste período. “É um cenário nunca vivenciado. A paralisação total das atividades provoca uma série de impactos no segmento de autoescolas, uma vez que dependemos de serviços que não são classificados como essenciais durante o isolamento. Em razão disso, a receita dos estabelecimentos caiu consideravelmente, como aponta a pesquisa.”

Em média, 56,6% dos estabelecimentos possuem entre 10 e 20 anos de atuação no ramo de autoescolas e utilizam quase que exclusivamente espaços físicos para a prestação de serviços. A pesquisa também aponta que só 34,1% dos entrevistados acreditam ter condições de manter suas operações comerciais por mais de um mês, enquanto 24,8% projetam apenas mais uma semana e 10,3% por mais um ou dois meses. Pouco menos de 1% dos entrevistados afirmaram ter capacidade de manter suas atividades por mais três meses.

Diante desse cenário, o economista-chefe da Fecomércio MG, Guilherme Almeida, acredita que a pandemia possa afetar ainda mais as atividades econômicas. “A pesquisa mostra que cerca de 19% dos empresários apontaram escassez de recursos para efetuar o pagamento de compromissos e 18% já confirmaram não ter capital. Esses são alguns dos complicadores que desencadeiam reflexos, como o desemprego. Não por acaso, quase 17% dos entrevistados já tiveram que dispensar funcionários temporariamente”, quantifica.

Como medida para o enfretamento da crise, mais da metade dos empresários (53,1%) pretende contratar linhas de créditos especiais para as suas empresas. A medida visa minimizar os impactos financeiros e honrar compromissos de curto prazo, como o pagamento da folha salarial, de fornecedores e a liquidação de dívidas mensais, além da obtenção de capital de giro.

Quase 6% dos empresários entrevistados já contrataram as linhas de créditos emergenciais. “Essa é uma solução paliativa para o segmento de autoescolas. Não podemos jamais minimizar os efeitos provocados pelo novo coronavírus, mas precisamos olhar para as atividades empresariais paralisadas e que afetam milhares de trabalhadores. Essa retomada deve ser gradativa e segura, de forma a amenizar os impactos econômicos”, afirma o presidente do Siprocfc-MG.

Em relação à postura do governo perante à situação da iniciativa privada, 41,5% dos proprietários de CFCs esperam por ajuda financeira para o segmento, 30,1% pelo fim dos decretos que inviabilizam às operações empresariais e 13,3% pela doação de itens de higiene e materiais para os locais autorizados a funcionar. Enquanto aguardam por tais medidas, 25,7% estão concedendo férias coletivas aos funcionários, 25,2% estão renegociando contratos com os fornecedores e 22,6% estão dispensando serviços não essenciais à empresa.

Diante desse cenário, a maioria dos entrevistados (50,7%) afirma ser a favor do funcionamento normal das atividades e 39% defendem o retorno em escala reduzida.

“Estamos atuando em favor do segmento de autoescolas e temos mantido um contato permanente com o Denatran e o Detran-MG para buscar soluções que atenuem os danos causados pelo Covid-19. Afinal, são mais de 20 mil pessoas que atuam em CFCs em toda Minas Gerais,” ressalta Dias.

Para elaborar a pesquisa de opinião “Impactos do Covid-19 no segmento de autoescolas” foram entrevistados 290 empresários, entre os dias 7 e 20 de abril de 2020. O método de coleta das respostas foi por abordagem on-line. (Da Redação)

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