Franchising brasileiro ensaia recuperação com reabertura
7 de agosto de 2020 às 0h18
Conhecido por enfrentar as piores crises econômicas com bom desempenho, o franchising brasileiro começa a ensaiar uma recuperação depois de um segundo trimestre tragicamente impactado pela pandemia.
Shopping centers fechados, comércio de rua reduzido ao essencial e insegurança sanitária formaram o caldeirão de uma crise inédita para o setor que esperava um 2020 de franco crescimento.
De acordo com estudo divulgado pela Associação Brasileira de Franchising e pela empresa de pesquisas AGP, o setor registrou, pelo segundo mês consecutivo, uma redução nas perdas de faturamento. Em junho, a queda média no faturamento das franquias foi de 30,1%, significativamente menor do que os 41% em maio e 48,2% em abril.
A reabertura gradual da economia em alguns estados, a elevação das unidades em operação e o maior desenvolvimento de outros canais de venda a partir do digital são as principais causas desta recuperação.
Em junho, assim como na pesquisa anterior, os segmentos de Entretenimento e Lazer, e Hotelaria e Turismo continuam a ser os mais afetados, enquanto Saúde, Beleza e Bem-Estar, Serviços e Outros Negócios, e Serviços Educacionais apresentaram quedas menores de, respectivamente, 1%, 7% e 23%. Assim como em outros mercados e na economia de forma geral, os estudos da ABF/AGP indicam que essa trajetória tende a se manter nos próximos meses.
Minas – Para a diretora regional da ABF Minas, Danyelle Van Straten, a força de conjunto tem sido fundamental para a recuperação das franquias. Em Minas Gerais, os resultados acompanham a média nacional e a grande fragmentação do território é um fator positivo.
“Temos um interior grande e forte. As medidas tomadas por cada município acabaram freando a doença e, assim, muitas puderam abrir o comércio mais cedo, ajudando todos os empreendedores. Dessa forma, reagiram mais rápido que a Capital. A reabertura do comércio hoje em Belo Horizonte é uma ótima notícia. Tenho visto a maioria das empresas e dos consumidores seguindo as regras, se esforçando para que essa doença vá embora e isso é muito bom para todos”, explica Danyelle Van Straten.
A pesquisa também aponta a expectativa das redes para a retomada dos níveis de faturamento pré-Covid-19. Um volume considerável, 42,7%, espera que isso ocorra ainda em 2020, enquanto a expectativa de 31,4% das redes é que isso aconteça no 1º trimestre de 2021 e 14,8%, no 2º trimestre do mesmo ano.
“O brasileiro e o empresário brasileiro são otimistas por vocação e numa crise como essa não há tempo para lamentações. O franchising tem no seu DNA o compartilhamento de conhecimentos e nesse momento a inteligência coletiva é o que pode nos ajudar a nos recuperar no menor prazo possível. No meu setor, por exemplo (Saúde, Beleza e Bem-estar), estabelecemos dentro da ABF, com apoio de especialistas em infectologia e as marcas, protocolos próprios para cada segmento – saúde e bem-estar, academias de ginástica, beleza e estética, farmácias, clínicas de odontologia -, que já foram compartilhados com as prefeituras de Rio de Janeiro e São Paulo, cuidando das especificidades de cada um desses segmentos”, pontua a presidente da ABF Minas.