O envelhecimento da população brasileira tem obrigado famílias e instituições a se comprometerem com a saúde e cuidado com os idosos. Dos 213 milhões de brasileiros, 37,7 milhões são de pessoas idosas, ou seja, com mais de 60 anos. A pesquisa realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em janeiro, mostra, também, que 18,5% dessa população ainda trabalha e que 75% dela contribuem para a renda de onde moram.
Diante desse quadro surgiu, em 2018, a Helpmy. Sediada em Belo Horizonte, a startup conecta as famílias que precisam de ajuda aos melhores cuidadores do mercado. A plataforma seleciona e ajuda na capacitação dos cuidadores para que possam realizar um atendimento de alto nível que as famílias precisam e desejam.
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De acordo com o sócio-fundador da Helpmy, Henrique Costa, para oferecer o profissional mais indicado para determinado paciente, a empresa faz uma seleção rigorosa dos cuidadores e oferece capacitação.
“Criamos um aplicativo para a família e o cuidador tem o aplicativo. De um lado a família pede o profissional com habilidades específicas e de outro temos um banco de talento que já passou por uma rigorosa seleção de até cinco etapas. Checamos documentos, antecedentes, formação técnica – tem que ter um curso de cuidador reconhecido com 80 horas comprovadas – e referências anteriores de trabalho. E depois disso, ele passa por duas entrevistas, uma para falar do nosso modelo de negócio e outra de avaliação técnica e comportamental. Já temos cuidadores cadastrados em 20 estados”, explica Costa.
O atual foco em idosos deve ser ampliado nos próximos anos também para as doenças raras e negligenciadas. A empresa está passando por uma rodada de investimentos e a expectativa é, no mínimo, crescer 130% em relação ao ano passado.
“Hoje o foco é sobre os idosos, pelo mercado e pela expertise que temos, através da Raquel Souza Azevedo, idealizadora e sócia da Helpmy, que é gerontóloga. Nossa meta é, em um ano e meio, crescer cinco vezes o atual tamanho a partir da captação feita nessa rodada de investimento”.
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Outro braço da startup é a qualificação de profissionais, estejam eles cadastrados na plataforma ou não. De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o número de cuidadores teve um salto de 547% , em 10 anos. Em 2007, a profissão tinha 5.263, já em 2017, 34.051, cuidadores identificados. Um estudo recente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apontou que existem em atividade hoje no Brasil mais de 1 milhão de cuidadores de idosos remunerados.
No começo do ano de 2021, em meio à pandemia, a Helpmy fechou uma parceria com a Fundação Unimed para desenvolvimento de cursos temáticos, com duração de seis a oito horas, focado nesse público. O primeiro desses cursos, “Alzheimer e Incapacidade Cognitiva”, foi lançado no segundo semestre do ano passado, por meio de uma live.
“A formação técnica é um braço muito importante da Helpmy. Temos alguns cursos gratuitos como empreendedorismo, comportamento para cuidadores. Em 2021 fechamos parceria com a Faculdade Unimed e esse ano teremos mais dois ou três cursos, todos on-line. Temos vontade de voltar para o presencial, mas ainda estamos estudando para saber o melhor momento. No futuro pretendemos lançar também uma vertical de cursos in company, abrindo a nossa vertical B2B”, completa o co-fundador da Helpmy.