Mercado de TIC deve crescer 4,9% em 2019

21 de fevereiro de 2019 às 0h01

São Paulo – Os investimentos em TIC devem crescer 4,9% em 2019 no Brasil, índice que reflete o otimismo do mercado para o ano. O maior crescimento – de 10,5% – será em TI, ainda por conta de processos de transformação digital, por movimentos de substituição de tecnologias e pela venda de PCs, tablets, smartphones, impressoras e outros dispositivos. Sem os dispositivos, o mercado de TI cresceria 6,8%. Já Telecom sofrerá um recuo de 0,3%, basicamente causado pela transição de voz para dados e por modelos de cobrança que deixaram de ser utilizados. Essas são algumas conclusões do estudo IDC Predictions Brazil 2019, realizado pela IDC Brasil, líder em inteligência de mercado, serviços de consultoria e conferências com as indústrias de Tecnologia da Informação e Telecomunicações.

“A dinâmica do mercado mudou, o que tende a limitar o ritmo de crescimento dos próximos anos”, diz o Gerente de Consultoria e Pesquisa da IDC Brasil, Pietro Delai. Mas, segundo ele, há um amadurecimento do mercado, com as áreas de tecnologia interagindo mais com as áreas de negócios e gastando melhor, fazendo mais com menos. “As áreas de negócio pressionarão mais a TI não simplesmente pelo custo, mas para pagar pelo que efetivamente usam, cobrando mais dinamismo da TI”, acredita o gerente da IDC Brasil.

Principais Tendências para 2019:

1 – Segurança da informação – avança com soluções inteligentes e serviços gerenciados.
Os investimentos em IA e machine learning para segurança devem chegar a US$ 671 milhões. O motivo é a prevenção de ataques de ransomware e adequação à Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais, que entra em vigor em agosto de 2020. “Os ataques de ransomware, como o WannaCry, provocaram estragos bem próximos à realidade das grandes empresas. Isso impôs aos CIOs uma atenção redobrada à segurança da informação”, explica o Gerente de Pesquisa e Consultoria de Software e Serviços da IDC Brasil, Luciano Ramos. Para a IDC Brasil, em 2019, a tendência é o uso de soluções inteligentes, como NextGen, que devem crescer duas vezes mais rápido do que as soluções tradicionais, e a adoção continuada de serviços gerenciados (MSS), segmento em que os gastos ultrapassarão US$ 548 milhões em 2019.

2 – IA – aumenta ritmo de adoção.


No setor de Inteligência Artificial, a projeção da IDC é que os investimentos globais cheguem a US$ 52 bilhões até 2021. No País, 15,3% das médias e grandes empresas já contam com a tecnologia entre as principais iniciativas e este percentual deve dobrar nos próximos quatro anos. As áreas com maior potencial de crescimento estão ligadas ao atendimento a clientes, análise e investigação de fraudes, automação de TI, diagnósticos e tratamentos de saúde. Para 2022, a previsão do uso de inteligência artificial é de 20% das empresas usando tecnologias de voz para interação com clientes e, em 2024, interfaces de inteligência artificial e automação de processos devem substituir um terço das interfaces de tela dos aplicativos.

3 – Big Data & Analytics – gestão de dados continua desafiando.

O mercado de gestão de dados (big data & analytics) deve movimentar US$ 4,2 bilhões em 2019 no Brasil. “Os casos de uso que terão maior atratividade neste período são: gestão 360 de clientes, planejamento da cadeia de suprimentos estendida e automação de operação de negócios”, explica Ramos.

4 – Cloud pública mantém ritmo de crescimento forte até 2022.

O segmento de cloud pública no Brasil pode chegar a US$ 2,6 bilhões em 2019, crescendo 35% anualmente até atingir US$ 6,5 bilhões em 2022. “O mercado brasileiro tem muito espaço para expandir, porque, apesar do aumento de uso da cloud pública, o País ainda está entre a 12ª e 13ª posição no mundo”, explica o Gerente de Consultoria e Pesquisa da IDC Brasil, Pietro Delai.

5 – IoT, ainda sem regulação, cresce.

O segmento de IoT deve movimentar US$ 745 bilhões no mundo em 2019, com potencial para ultrapassar a marca de US$ 1 trilhão em 2022, puxado, principalmente, por aportes do setor industrial e de varejistas. No Brasil, a estimativa é que o setor tenha aportes de US$ 9 bilhões neste ano, impulsionados pelas aplicações no agronegócio, na saúde e na prestação de serviços públicos, e crescer acima de 20% anualmente até 2022. “O Plano Nacional de IoT ainda não foi assinado e o projeto de lei que simplifica a tributação ainda tramita no Congresso. Apesar disso, o mercado implanta diversos projetos de IoT e o próprio BNDES já está abrindo financiamentos”, explica Delai.

6 – Arquiteturas modernas e DevOps vão acelerar o desenvolvimento de aplicações, alavancadas pelas demandas de nuvem.

Segundo a IDC Brasil, apenas uma em cada três soluções já é pronta para nuvem, e a expectativa é que o mercado de plataforma como serviço (PaaS) aumente 40% até o fim deste ano. O setor deve investir US$ 425 milhões em 2019 no Brasil. “Os benefícios da nuvem para o desenvolvimento de soluções de software já são evidentes para as empresas. Contudo, ainda predominam os projetos em arquitetura tradicionais, mesmo que boa parte desses já rodem na modalidade de infraestrutura como serviço (IaaS). Veremos aceleração de arquiteturas relacionadas a cloud, com maior uso de containers e Serverless Computing, que salvam recursos e reduzem o tempo de implementação, com apoio, principalmente, dos provedores de soluções sob medida”, explica Ramos.

7 – Devices representarão 38% dos investimentos em TI.

O aumento do mercado de TI em 2019, segundo a IDC Brasil, está atrelado diretamente às vendas de smartphones, tablets e PCs. O mercado de devices vai movimentar US$ 24,5 bilhões, representando 38% de todo investimento de TI em 2019, somando os setores B2B e B2C. A receita das vendas de smartphones é o destaque deste crescimento, que deve aumentar em 18%, mas o desempenho em número de unidades será mais fraco (+0,1%). “Ao contrário do que ocorre em vários países, os brasileiros se mostram dispostos a pagar mais pelas novidades”, explica o Gerente de Pesquisa e Consultoria de Consumer Devices, Reinaldo Sakis. O preço de um smartphone, segundo ele, pode chegar a R$ 10 mil este ano. Sakis revelou ainda que o mercado de dispositivos como um todo, sendo PCs, smartphones, tablets, feature phones, impressoras etc, em B2B, representará 10% em 2019 com a opção de mais vendas na modalidade as-a-service para empresas.

8 – Provedores regionais consolidam forte participação no mercado de banda larga.

Os provedores regionais vão ganhar espaço em 2019, passando a representar um quarto das conexões de banda larga fixa no País. “O movimento é fruto de investimentos em fibra óptica e da expansão em áreas pouco exploradas pelas grandes operadoras”, explica o Gerente de Pesquisa e Consultoria de TIC da IDC Brasil, André Loureiro. O aumento será de 5 pontos percentuais na participação de mercado dos provedores regionais em 2019, ultrapassando a marca de 25% de participação nas conexões de banda larga fixa. “É um mercado que terá mais variedade de produtos para o segmento B2B, mais projetos, como de IoT, mais valor agregado e receita”, avalia. Outro ponto importante para o setor é a profissionalização de movimentos de fusões e aquisições, com fundos de investimento olhando para empresas deste ramo. Em relação ao segmento B2C, o analista aponta que o crescimento será forte em banda larga fixa.

9 – 2019 será o ano da consolidação de SD-WAN no mercado brasileiro.

Para o mercado de SD-WAN, as expectativas estão acima da média. Segundo a IDC Brasil, em 2019, mais de 40% das grandes empresas no país vão utilizar SD-WAN. “A grande oportunidade são os serviços gerenciados, principalmente para operadoras e integradores. O SD-WAN ainda possui baixa maturidade por aqui, mas os CIOS já entendem que as melhorias que a tecnologia pode causar na experiência do cliente pode ser um habilitador de novos projetos”, comenta Loureiro. Ele também aponta o aumento da diversidade do ecossistema competitivo neste segmento para este ano.

10 – Serviços gerenciados alavancam para a jornada rumo à TI flexível.

Segundo a IDC Brasil, as empresas brasileiras avançam para alcançar uma TI flexível, não apenas do ponto de vista de operação, mas também nos seus custos. “Principalmente nuvem, com soluções de cloud, IoT e outras aplicações, serviços de segurança, dispositivos na modalidade Hardware-as-a-Service, entre outros, são ferramentas para atingir esse objetivo”, explica Delai.

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