A chegada da empresa alemã Messer Gases ao Brasil pode trazer investimentos para Minas Gerais no mercado de produção de gases industriais, medicinais e especiais. Junto com a CVC Capital PartnersFund VII, a empresa adquiriu as 40 operações brasileiras da também alemã, Linde Gases. Agora, a Messer Gases espera escalar o negócio em todas as novas áreas de atuação, sendo Minas Gerais um dos seus principais mercados em termos de produção e comercialização.
O diretor de operações da Messer Gases no Brasil, Rodrigo Casado, explica que o grupo alemão enxergou potencial no mercado das Américas. Até então, a empresa se concentrava no atendimento da Europa e Ásia, mas, diante da oportunidade de compra das operações da Linde Gases na América do Sul e da América do Norte, investiu mais US$ 3 bilhões para expandir a atuação nesses mercados.
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Casado explica que o grupo enxerga o mercado brasileiro com bons olhos e acredita na recuperação da economia.
“Em um ambiente de incerteza econômica como o atual no Brasil é natural que os investidores aguardem para fazer aportes. Mas essa expansão da Messer Gases mostra que o grupo está confiante em uma retomada na economia e que já está se mobilizando agora para esse cenário”, diz.
A expectativa da empresa é não apenas operar as indústrias adquiridas, conforme explica o diretor, mas expandir a produção. Prova disso é que a operação nas Américas é em conjunto com a CVC Capital PartnersFund VII, empresa de private equity e que, portanto, tem interesse em escalar o negócio. Nesse contexto, Minas Gerais é um dos mercados-chave para o grupo alemão, tendo em vista que é um dos estados com maior número de clientes, além de sediar seis unidades industriais do grupo.
De acordo com Casado, as operações sediadas em Minas Gerais produzem gases como oxigênio, nitrogênio e argônio, que são utilizados em diferentes processos e setores, como abastecimento de hospitais, congelamento de alimentos e até solda e corte de materiais. Ao todo são três unidades em Timóteo, no Vale do Aço, uma em Uberaba, no Triângulo Mineiro, uma em Juiz de Fora, na Zona da Mata e uma em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).
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“O Estado é muito bem servido do ponto de vista de estrutura fabril e de produção. Além disso, são indústrias com capacidade bastante utilizada, o que nos leva a crer que, em um curto espaço de tempo, poderemos expandir em Minas Gerais”, adianta.
De acordo com o diretor, ainda não é possível falar em investimentos precisos, uma vez que a situação econômica do País deve ditar a intensidade desses aportes. Mas, ele garante que as perspectivas são positivas.
“Apesar de a economia ainda não dar sinais reais de melhora já registramos um resultado superior ao que esperávamos nos primeiros quatro meses do ano no Brasil. Já percebemos uma movimentação nos clientes e até aumento de produção”, comemora.
O executivo esteve na capital mineira no dia 6 de maio para uma apresentação da operação a um grupo de cerca de 60 empresários. O objetivo da visita era apresentar o grupo alemão e comunicar as expectativas de investimento no Estado.