Se o ensino a distância já vinha crescendo nos últimos anos, ganhou ainda mais força com a pandemia do novo coronavírus. Mais do que isso, a crise sanitária levou instituições de ensino a se reestruturarem e a adotarem novas metodologias de ensino. O modelo híbrido, por exemplo, tem despontado como opção interessante em vistas de preparar os profissionais para o novo mercado de trabalho.
A avaliação é do diretor do Instituto de Ciências Econômicas e Gerencias (Iceg) da PUC Minas, José Chequer Neto. Segundo ele, a palavra de ordem para a educação no cenário pós-pandemia é “ressignificação” e a instituição de ensino, mantendo a tradição do pioneirismo em todo o País, tem saído na frente no desenvolvimento e oferta de alternativas diante do cenário desafiador.
“Vivemos um processo de transformação e ressignificar a educação é importante, de maneira a preparar uma nova geração para o mercado de trabalho. Para isso, temos desenvolvido metodologias de ensino ativas, que coloquem o aluno como elemento decisivo da formação. Ele comanda os processos por meio de tecnologias que o conectam ao mundo, agregando valor à sala de aula. Esta, por sua vez, não é mais um espaço físico, mas uma referência e um espaço de socialização e troca de experiências. Tudo isso tomando como exemplo as práticas das melhores escolas de negócios do mundo”, explicou.
Ele citou que para além dos impactos na saúde e na vida das pessoas, as consequências da pandemia na economia também são alarmantes. Porém, ressaltou a aposta em mudanças que, para ele, serão capazes de beneficiar toda a humanidade.
“A ciência se desenvolve, novas tecnologias são propostas e o mercado irá responder às dificuldades buscando um novo ponto de equilíbrio. A história nos mostra que foi assim no passado e não será diferente agora. A capacidade do ser humano de ultrapassar seus limites é real e eterna. Muita coisa boa vai surgir do que estamos vivendo”, avaliou.
Chequer Neto lembrou que o Iceg é uma escola de graduação com os cursos mais antigos da instituição: contábeis, administração e economia. Os três contam atualmente com 5.600 alunos e estão disponíveis não apenas em Belo Horizonte, mas também na região metropolitana – nas unidades de Contagem e Betim – e em Poços de Caldas, no Sul de Minas. E o grande desafio que se coloca neste momento, conforme o professor, é, justamente, trazer a modernidade transformadora que atinge todos os campos também para a educação superior.
Novo normal – “Creio que a PUC Minas interrompeu as aulas presenciais no momento certo. Além disso, soubemos responder de maneira eficiente a situações inéditas, por meio da dedicação de professores e funcionários e da implantação de tecnologias de ponta com a utilização de diferentes plataformas digitais. Com elas, além de não sofrermos perdas no que se refere à produção de conhecimento, pudemos aprender novas coisas. E alguns desses processos vieram para ficar. Quando as aulas presenciais retornarem, muitos desses processos serão mantidos”, adiantou.
Conforme ele, a ideia, que já vem sendo implementada em um Plano de Desenvolvimento Institucional no Iceg, ancora-se em três premissas orientadoras. A primeira trata da perenização e sustentabilidade dos cursos; a segunda visa ao desenvolvimento de diferenciais competitivos elegíveis em cada curso; e a terceira objetiva garantir a melhor aula possível, por meio de treinamentos, reciclagens, desenvolvimentos tecnológicos e novas metodologias de ensino.
“Tudo isso sustentado e apoiado por técnicas, processos e instrumentos avançados, inovadores. Assim, pretendemos diferenciar nossos cursos daquilo que ordinariamente o mercado oferece. Queremos evidenciar nosso DNA. É preciso mostrar ao mercado que possuímos uma essência. E também queremos apostar em desafios, pois, vencendo-os, conseguiremos ir além”, destacou.
Por fim, Chequer Neto ressaltou que os ensinamentos do Iceg e da universidade como um todo se baseiam na chamada “Economia de Francisco”, que reúne grandes expectativas de contribuição para o debate global à convocação feita pelo Papa Francisco para se pensar uma nova economia, que esteja a serviço da vida.
“O processo visa e estabelece uma série de condutas e comportamentos em vistas de formarmos não apenas profissionais, mas cidadãos e pessoas engajadas com a nova economia mundial por meio de condutas de responsabilidade, respeitando e aproximando as pessoas e, sobretudo, ajudando uns aos outros”, concluiu.