Conhecido como uma das regiões industriais historicamente mais importantes do Brasil, o Vale do Aço ganhou o seu primeiro data center há sete meses, instalado em Ipatinga. A carência pelo serviço já fez com que a OneX Data Centers do Brasil dobrasse a capacidade de armazenamento nesse curto espaço de tempo, pulando de 1.024 terabyte, ou seja, um petabyte, para dois petabytes, exigindo um investimento de R$ 3 milhões.
De acordo com o diretor executivo e founder da OneX Data Center, Tiago Bicalho, a escolha da cidade foi feita com vistas ao atendimento das maiores indústrias da região, porém, atualmente não são elas as principais clientes da empresa.
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“Quando planejamos a OneX pensávamos em como era possível que essas grandes indústrias – algumas das maiores do Brasil e até do mundo nos seus segmentos – não tivessem um data center próximo para atendê-las? Não havia uma empresa qualificada em nível 4. Esse era o nosso foco inicial, mas o comércio e os serviços nos buscaram também. Atendemos muitos escritórios de advocacia e de contabilidade, por exemplo, com todos os nossos serviços, como e-mail, servidor dedicado e telefonia, entre outros”, explica Bicalho.
O veloz ritmo de crescimento impôs à empresa formar a própria mão de obra. A já exaustivamente conhecida carência de profissionais de tecnologia da informação (TI) no Brasil levou à criação de uma universidade corporativa e a adoção de estratégias como a do bootcamp, que faz uma formação rápida de pessoas que não têm nenhum conhecimento prévio em tecnologia.
“O Vale do Aço é muito carente desse tipo de profissional. Hoje temos um projeto de universidade corporativa dentro da empresa. Buscamos jovens recém-formados em qualquer área de tecnologia e os capacitamos internamente. Também fazemos alguns eventos de bootcamp onde o profissional é formado minimamente em dois fins de semana. Temos, então, ex-motoristas, pintores e almoxarifes, agora profissionais em tecnologia. Hoje nosso team leader era alguém responsável por tirar o leite da vaca em um sítio próximo daqui. Temos muito orgulho disso”, pontua.
Autossuficiência em energia
Enquanto investe no aumento da capacidade, a OneX também toca projetos em sustentabilidade. O objetivo, ainda este ano, é tornar a empresa autossuficiente em energia elétrica através da construção de uma usina de energia fotovoltaica. Os estudos já estão em fase final junto à Cemig para a escolha do local que também será no Vale do Aço, não necessariamente em Ipatinga.
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A chegada da tecnologia 5G à cidade, prevista para o ano que vem, deve contribuir para o incremento dos negócios e nas estratégias de ESG (responsabilidade socioambiental e governança).
“Hoje já compramos energia fotovoltaica no mercado, agora teremos a nossa própria usina, próxima a Ipatinga. Estamos estudando a viabilidade técnica. Queremos ser uma empresa que se preocupa com o meio ambiente. O nosso principal serviço também diz respeito a isso. Um data center ajuda seus clientes a economizarem no consumo de energia e evita a compra e descarte de equipamentos. Nesse contexto, a chegada do 5G é ainda mais positiva, trazendo qualidade e velocidade para as nossas soluções de tecnologia. Traz também valorização de servidores em ambiente cloud computing. Se antes muitas empresas não adotavam a solução e continuavam comprando servidores físicos, por causa da falta de qualidade das conexões, o 5G acaba com isso. Tem um ganho ambiental gigantesco com a quinta geração da internet”, completa o founder da OneX Data Centers do Brasil.