Outlab da UFMG gera contratos de R$ 1 milhão

20 de setembro de 2019 às 0h16

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A primeira edição do Outlab contou com a participação de 25 laboratórios de pesquisa | Crédito: Divulgação

O Outlab, programa com origem em Minas Gerais que acelera laboratórios de ciência, ensino e inovação, encerrou sua primeira edição com R$ 1 milhão em contratos fechados entre os laboratórios participantes e empresas de diferentes setores no Estado.

Inédito no Brasil, o programa capacitou pesquisadores durante 10 semanas, auxiliando-os a projetarem seus produtos e serviços no mercado. A edição também contou com rodadas de negócios, que tiveram resultados notáveis: mais de 300 prospecções de clientes e 50 propostas fechadas nas áreas de farmácia, indústria, mineração, educação e saúde.

A iniciativa foi realizada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), por meio da Pró-Reitoria de Pesquisa (PRPq) e pela Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep). A primeira edição contou com a participação de 25 laboratórios da UFMG.

De acordo com o diretor da Fundep, Ramon Azevedo, o programa foi inspirado em programas de aceleração voltados para startups. Mas, nesse caso, o objetivo era aproximar a universidade do mundo corporativo, a fim de que pesquisas desenvolvidas na academia ganhem o mercado e beneficiem toda a sociedade.

“Historicamente os laboratórios de ciência e inovação são dependentes dos órgãos públicos e, com essa crise fiscal, a universidade passou a ter dificuldade de acessar esses recursos. Uma das saídas é justamente essa aproximação dos laboratórios com o mercado privado para que eles sejam capazes de garantir sua sustentabilidade”, afirma.

Azevedo lembra que ainda há muito desencontro entre os dois mundos, tendo em vista que a empresa foca em soluções de curto prazo para a solução de problemas, enquanto a academia desenvolve pesquisas no médio e longo prazos. “A construção de um canal de comunicação entre os dois é um dos grandes diferenciais do programa”, frisa.

A primeira edição do Outlab começou em julho deste ano e terminou esta semana. Durante os últimos meses, os pesquisadores passaram por uma capacitação que iniciou com o entendimento da atividade do laboratório e qual o lugar dele na cadeia produtiva. Os participantes também foram convidados a levantar o que seus laboratórios entregam de valor e como isso poderia ser remunerado. Por fim, eles aprenderam a fazer a prospecção das empresas, a negociação e a entrega dos produtos e serviços.

“Tivemos feedbacks positivos tanto dos pesquisadores quanto das empresas. Os representantes dos laboratórios conseguiram desmistificar a relação com a empresa e perceberam que é possível fazer negócios. Por outro lado, ouvimos dos gestores das empresas sobre a descoberta das oportunidades que encontraram ao se aproximar da universidade, como o acesso à tecnologia de ponta”, diz.

Laboratório destaque – Um dos laboratórios participantes com maior destaque nessa primeira edição do Outlab foi o Laboratório de Ensaios de Combustíveis (LEC). Ele já trabalha junto às empresas com análise de combustíveis, estudos científicos na área e, recentemente, passou a oferecer o serviço de certificação de combustível de aviação. A coordenadora do LEC, Vânya Pasa, afirma que, embora esse seja um laboratório que já tenha relação com o mundo corporativo, o programa foi um marco importante para a equipe.

“A verdade é que, como pesquisadores, não tínhamos treinamento para atuar em áreas como vendas ou marketing: era tudo muito instintivo. O Outlab trouxe muito conhecimento e nos aproximou desse ambiente corporativo, que a gente não acompanha tanto justamente por estar na universidade”, diz.

Durante o programa, o LEC fechou 62 vendas de serviços, principalmente na área de análise de diesel em grandes máquinas. O faturamento com esses serviços foi de R$ 200 mil. Além disso, o laboratório mapeou 91 aeroportos em oito países, onde começará a oferecer o serviço de certificação de combustível de aviação.

O Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), é um deles. Segundo a coordenadora, hoje esse serviço é feito em São Paulo e, agora o terminal poderá contratar a análise na Capital.

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