Pesquisa do IBGC aponta estabilidade da remuneração

25 de fevereiro de 2022 às 0h28

img
Luiz Martha: apesar da crise, não houve uma queda acentuada | Crédito: Divulgação/IBGC

A 8ª edição da pesquisa Remuneração dos Administradores, realizada pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), apresenta um panorama de estabilidade da remuneração dos administradores durante o primeiro ano do período pandêmico. Na comparação dos valores totais médios dos conselheiros de administração, por exemplo, houve uma ligeira queda de 2,43% em relação a 2018, ano referente à edição anterior do estudo, divulgada em 2020.

No recorte de remuneração de diretores estatutários e conselheiros fiscais também houve variação muito pequena nos indicadores na mesma base cronológica de comparação. Entre os diretores, a retração foi de 1,77% e, entre os conselheiros fiscais, 1,47%. Nos dois grupos, a maior queda ocorreu no segmento de listagem Bovespa Nível 2.

Recuo exige análise

Os resultados apontam um recuo, mas é preciso avaliar a distribuição por segmento de listagem para compreender melhor o indicador. No caso dos conselheiros de administração, em 81,3% das empresas o mais comum é a adoção de apenas remuneração fixa. Além disso, cabe considerar a mudança de critério adotada pela Comissão de Valores Imobiliários (CVM) para a divulgação dos dados. Nesse tipo de remuneração, os valores divulgados agora devem ser líquidos dos encargos.

Segundo o gerente de pesquisa e conteúdo do IBGC, Luiz Martha, “para um ano desafiador, apesar da interrupção do movimento de alta nas remunerações, observado nas edições anteriores, não houve uma queda acentuada. Talvez isso indique uma valorização da atuação desses profissionais, que foram bastante demandados no enfrentamento da crise, ao encarar desafios e um mundo totalmente novos”.

No segmento Novo Mercado, por exemplo, foi observado aumento da remuneração total e fixa no conselho de administração. Muitas empresas que vieram à bolsa pela primeira vez durante 2020, através de IPOs, talvez tenham precisado constituir seu conselho e, para atrair bons profissionais, tenha sido preciso desembolsar valores mais atraentes.

Outro destaque é a diferença das remunerações dos presidentes do conselho e da diretoria em relação aos seus pares (demais conselheiros e diretores). A análise é feita a partir da mediana para sofrer menos impacto nos valores mais extremos. Os presidentes de conselho recebem em geral 1,9 vez mais do que a média paga aos demais conselheiros.  Os diretores-presidentes costumam receber cerca de 2,2 vezes mais. É esperado que os presidentes tenham uma remuneração maior, já que são responsáveis por atribuições adicionais, mas valores extremos podem indicar pontos de atenção para o questionamento de acionistas e investidores.

As informações coletadas para a pesquisa foram divulgadas por meio do Formulário de Referência (FRE) de 2021 das empresas listadas em bolsa e baseiam-se na remuneração dos administradores pagas aos administradores no exercício social de 2020. Os dados correspondem aos mais atuais e completos disponíveis no momento da divulgação da pesquisa.

Tags:
Facebook LinkedIn Twitter YouTube Instagram Telegram

Siga-nos nas redes sociais

Comentários

    Receba novidades no seu e-mail

    Ao preencher e enviar o formulário, você concorda com a nossa Política de Privacidade e Termos de Uso.

    Facebook LinkedIn Twitter YouTube Instagram Telegram

    Siga-nos nas redes sociais

    Fique por dentro!
    Cadastre-se e receba os nossos principais conteúdos por e-mail