Sérgio Frade: “Com coronavírus, corretoras de seguros foram forçadas a se adaptar”

18 de abril de 2020 às 0h14

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Crédito: Divulgação

Em meio à pandemia provocada pelo novo coronavírus, um dos setores que teme impactos nos negócios é o de seguros. Para falar desse momento desafiador para a atividade, Sérgio Frade, especialista e diretor-presidente da Solutions Gestão de Seguros, empresa que acaba de completar 19 anos, falou em entrevista que, mesmo sofrendo o impacto direto de um volume importante de pedidos de cancelamentos de contratos e pagamento de indenizações acima da média histórica em alguns segmentos importantes, o setor também registra o crescimento da busca, tanto por parte tanto das pessoas físicas como das jurídicas, por algumas modalidades de seguro.

“Tudo isso pode abrir caminho para a consolidação da cultura de seguros no Brasil.” Confira abaixo a entrevista na íntegra.

Como as empresas do setor têm se comportado no enfrentamento da crise?

As corretoras de seguros foram forçadas a se adaptar a essa nova realidade tomando várias medidas que impactaram diretamente nas condições de operação, tais mudanças para serviços home office, alteração no sistema de atendimento, medidas de contingência e proteção de seus colaboradores frente a pandemia.

Na Solutions, de imediato, visando atender as recomendações sanitárias e saúde dos colaboradores, estabelecemos o sistema de atendimento 100% home office garantindo a mesma atenção aos nossos clientes sem a descontinuidade dos serviços.

No início da pandemia, foram geradas muitas dúvidas, que tratamos de esclarecer com a máxima rapidez e eficiência. Principalmente sobre as condições dos seguros de viagem, saúde e de vida em relação ao coronavírus, em especial depois que a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou, no dia 11 de março, o Covid-19, como uma pandemia em curso.

Com a classificação de pandemia pela OMS, os segurados perderam o direito a cobertura?

Com a classificação esse seria o caminho natural. Os contratos de seguros, principalmente de vida e viagem, apresentam cláusulas de exclusão ou restrição de direitos relacionados às epidemias ou pandemias, portanto as empresas não tinham obrigação legal de seguir atendendo.

Mas nessa crise específica, felizmente identificamos uma grande garantidora de seguro viagem que se dispôs a continuar mantendo assistência médica de nossos clientes no exterior.

No âmbito nacional, a Agência Nacional de Saúde (ANS) agiu rápido e, no dia 13 de março, incluiu o exame para detecção do vírus no rol de procedimentos dos planos de saúde. O exame “Sars-CoV-2 (Coronavírus Covid-19)”. Mas o exame passou a ser disponibilizado somente após avaliação médica e com cobertura obrigatória quando o paciente se enquadrar na definição de caso suspeito ou provável da doença, de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo Ministério da Saúde.

Em relação aos seguros de vida, o sinistro será garantido para vítimas da Covid-19?

No segmento de seguro de vida, a Federação Nacional dos Corretores de Seguros (Fenacor) convocou as seguradoras para que, de imediato, não aplicassem nos contratos de seguros quaisquer cláusulas de exclusão ou restritivas de direitos relacionadas às epidemias ou pandemias, permitindo, assim, a ampla cobertura para eventuais casos de morte de pessoas seguradas. Praticamente todas as seguradoras concordaram em garantir eventuais mortes por coronavírus.

O seguro de vida pode ser uma segurança para as famílias em tempos de incertezas como agora?

Para um momento incerto como agora, a apólice de seguro de vida assegura uma indenização aos beneficiários em caso de morte do segurado. Em momentos de crise pode ser um grande auxílio para a família diante de uma situação tão inesperada e inusitada.

Outros segmentos de seguros também podem ser afetados com a crise? Quais?

Diversas outras modalidades de seguro poderão também ser impactadas, tais como fiança locatícia, que garante o pagamento de alugueis, garantia de contratos de fornecimento de produtos e serviços, importação de bens e produtos, obras e seguro de crédito nacional e internacional.

O mercado de seguros cresceu 12,1% em 2019, qual a expectativa para 2020?

O mercado de seguros fornece uma escala de produtos e serviços que tem implicações para o cotidiano das pessoas, das empresas e da economia. Além de proteger grande quantidade de ativos e vidas no País e participar de todos os setores da economia nacional, a indústria de seguros ajuda a gerenciar riscos, mobiliza poupança e, sobretudo, facilita investimentos estratégicos.

Gerenciar riscos, de forma responsável, tem implicações diretas nos resultados e na sobrevivência das pessoas e das empresas. Para uma parcela da população é muito mais cômodo correr riscos do que contratar um seguro. Para o consumidor este cenário está mudando com a crise da pandemia. (Da Redação)

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