Mineiridade

Vendendo roupa de cama, Enxovais Monte Santo se prepara para os 50 anos

Ícone de Belo Horizonte no segmento de cama, mesa e banho, empresa aprendeu a se reinventar ao longo da história

31 de agosto de 2023

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A loja encanta o público com as camas montadas e o ambiente decorado, afirma Viviane Moreira | Crédito: Divulgação / Enxovais Monte Santo

Bonitos, elegantes, fofinhos e confortáveis, os produtos de cama, mesa e banho costumam oferecer bem-estar e aconchego. Itens de uso diário mas com características de decoração e moda, eles são a alma do negócio da família de Viviane Vasconcellos Moreira há quase cinco décadas.

Parte da segunda geração, ela comanda, junto com os irmãos, a rede de lojas Enxovais Monte Santo. Desde menina acompanhou e aprendeu com o espírito empreendedor do pai, Geraldo Moreira, que começou embainhando lençóis que eram vendidos no interior.

Resiliência e coragem para mudar de rumo quando necessário fizeram da Enxovais Monte Santo uma referência de mercado na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) e a colocam na edição da série Mineiridade de hoje.

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A rede é formada por oito lojas espalhadas entre as regiões Centro-Sul e Noroeste da Capital, além do e-commerce, reunindo uma equipe com mais de 120 funcionários. Trabalhando com as principais marcas nacionais e importadas do segmento de cama, mesa e banho, a estrutura em nada lembra o início da trajetória da empresa, no bairro Caiçara (região Noroeste).

“Meus pais são os fundadores. Antes da loja, tiveram uma fábrica, a Lençoltex. As costureiras embainhavam lençóis e os vendedores saíam com os fusquinhas para vender no interior. Chegamos a ter cerca de 15 carros e o pagamento era com carnê. Não existia cartão de crédito e pouca gente usava cheque naquela época. Depois meu pai resolveu abrir a loja no Caiçara, bem perto da igreja. Era um atacado, vendendo para os mascates. Os cheques já eram comuns, mas havia muita inadimplência. Depois veio a primeira loja de varejo e deixamos de atender mascates e sacoleiras. Ali a Monte Santo ganhava o seu formato definitivo, vendendo as principais marcas do mercado, com foco em qualidade e atendimento”, relembra Viviane Moreira.

Ao longo desse tempo, a Monte Santo aprendeu a decifrar o gosto da clientela, as mudanças de comportamento que influenciam na compra e o sutil equilíbrio entre os movimentos efêmeros da moda e a discreta e permanente força dos clássicos.

A Enxovais Monte Santo aprendeu a decifrar o gosto da clientela e as mudanças na preferência | Crédito: Alisson J. Silva / Arquivo

Também enfrentou diferentes cenários econômicos, viu e participou do desenvolvimento da cidade e superou crises de diferentes características. Nada tão intenso, porém, como o período da pandemia de Covid-19, entre 2020 e 2022.

A Enxovais Monte Santo aprendeu a decifrar o gosto da clientela e as mudanças na preferência.

“Das crises, a Covid-19 foi a mais difícil. Com muito esforço, conseguimos não demitir ninguém. As vendedoras atendiam via WhatsApp e a gente entregava. Nessa fase não tínhamos lucro. Fazíamos o suficiente para pagar funcionários e fornecedores. Mudamos muito nesse período. Fizemos a virada do e-commerce. Mas tudo isso serviu para provar a força e importância do varejo físico. Nesse ramo, as pessoas querem pegar no produto, sentir a textura. A loja encanta o público com as camas montadas e o ambiente decorado. Descobrimos as ferramentas digitais, mas é no físico que a magia do varejo acontece”, destaca.

Sempre questionada sobre um possível franqueamento ou licenciamento da marca ou porque não abrir lojas próprias no interior, a empresária revela uma cautela tipicamente mineira e a tomada de uma decisão difícil: “não querer crescer demais”.

“Ainda somos uma empresa familiar. Estamos cuidando direitinho das lojas, que são as nossas ‘filhinhas’. Não vamos para outras cidades no curto prazo. Qualquer expansão precisa ser pensada com cautela. A pandemia trouxe muitos ensinamentos. Queremos cuidar dos nossos clientes, recebê-los com o aconchego que eles merecem e precisam, então precisamos de proximidade. Não quero ficar ‘louca de tanto trabalhar’. Resistir a essa vaidade do elogio, de ter mais dinheiro, não é fácil. Mas para nós, o ônus tem que caminhar com o bônus”, completa a sócia da Enxovais Monte Santo.

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