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Duas historinhas emblemáticas

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  • Por Diário do Comércio
  • Em 5 de novembro de 2020 às 00:13
Crédito: Divulgação

Cesar Vanucci*

“O idioma é a pátria.” (Monteiro Lobato)

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Prometi pratrazmente uma, mas estou trazendo aqui agora duas historinhas singulares. Dizem respeito a insanáveis desavenças entre casais, provocadas – ora, veja, pois! – pelo emprego desabusado de expressões estrangeiras no tagarelar cotidiano. Fatos colhidos em fontes confiáveis, podes crer.

O maridão chega em casa quase na hora do galo cantar. Hálito rescendendo a álcool, cabelo em desalinho, roupa amarfanhada. À primeira troca de olhares com a cara metade vislumbram-se claros prenúncios de batalha campal iminente.

O ensurdecedor silêncio é quebrado, quando ele, vacilante, expressa vontade de ser servido com um bom lanche. “Estou com uma fome de leão!” – exclama. Em tom ríspido, feição de leoa enraivecida, dardejando-lhe com o olhar, a esposa assinala, alto e bom som, não estar a fim, jeito maneira, àquela hora tardia, de abrir geladeira e de operar micro-ondas. Despeja no ar, atropelando as palavras, de modo a confundir o som, uma sugestão: – Vá a um fast food!…

A resposta sai furibunda: – Vá você, sua…

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Encurtando razões: A rusga conjugal, vejam vocês, acabou indo parar na Vara de Família. O apartamento do casal foi posto à venda. A esposa está morando com os pais. O marido com amigos numa república. Gente da absoluta intimidade da dupla em litígio não acredita possa dar conciliação na audiência marcada para daqui três meses.

Cá está o outro desconcertante episódio concernente a conflito de casal nascido de uma manifestação verbal na linha da neobobice vernacular solta na praça. Como sublinhado nos sucessivos textos lavrados neste “minifúndio de papel”, compreende-se por neobobice vernacular a insistência com que alguns viventes, por pedantismo, por indigência intelectual, por irremediável panaquice, recorrem, naquilo que dizem e escrevem, a expressões de idiomas estrangeiros para definir coisas mais que óbvias do cotidiano.

Caso é que Hildo e Marion estavam, indoutrodia, de casório marcado. Proclamas publicados. Igreja, florista, fotógrafos, canto coral, coquetel, tudo ajeitado no capricho, nos devidos conformes, como se diz no papear das ruas. Idem com a mesma data, no tocante a padrinhos, lista de convidados, viagem de núpcias etecetera e tal.

E não é que, dias antes do evento, badalado em todas as colunas sociais, a coisa melou? O noivo arrepiou carreira na hora de ir para o altar. Aconteceu muito de repente. O fato gerou, obviamente, uma pororoca de comentários. Transtornos de toda ordem. Muita gente se sentiu no direito de cobrar do moço explicações acerca do inopinado gesto, que ganhou sobrecarga de versões maledicentes nas rodas dos conhecidos.

Mandando constrangimento às favas, ele resolveu contar tudo, tintim por tintim. Informou haver alertado a noiva, em reiteradas ocasiões, seu forte desagrado pessoal – idiossincrasia mesmo – com relação às expressões melosas de carinho, por ela – adepta fervorosa desse modismo burlesco – desovadas, descomedidamente, em diversificadas situações e em instantes especiais da convivência íntima. O aborrecimento do noivo provinha, em boa parte dos lances criticados, de uma circunstância bastante específica. As emoções transbordantes da companheira eram transmitidas, amiúde, em palavreado de gringo, como é de costume ouvir-se nalguns lugares onde a subserviência cultural e o pernosticismo vicejam. Tipo assim: “I Love you”, “Je táime”, “Quiero te mucho”, por aí.

Mas o que decretou mesmo a ruptura definitiva foi a fala de Marion no auge do último encontro dos dois. Pondo ênfase nas silabas, ela lançou no ar uma frase esquisitíssima. Pelo que se ficou sabendo depois, frase extraída do mandarim, língua que a moça vinha aprendendo com professora chinesa, sua vizinha de apartamento. De conteúdo romântico, esta a frase: “Uo ran ai mi”.

O quase marido revela haver levado um baita susto, na hora em que a frase foi proferida. “Chocante, muito chocante. O clima passou de verão primaveril brasileiro a outono siberiano”, anota. “O encantamento escorreu pelo ralo. O relacionamento espatifou. ‘Uo ran ai mi’ foi demais. Teve efeito de nocaute. Não deu pra segurar” – complementa.

*Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)

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