EDITORIAL | A hora das soluções reais

28 de janeiro de 2021 às 0h23

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#Opinião | Imagem: Pexels/ Adaptação: Will Araújo

A Organização Internacional do Trabalho (OIT), organismo que é um dos braços das Nações Unidas, estima que no ano passado 255 milhões de empregos foram perdidos em todo o mundo. Outros estudos dão conta de que serão necessários 14 anos para que as perdas decorrentes, avaliadas na perspectiva da redução da renda individual, sejam recuperadas. No outro extremo do “bolo” da renda planetária, os dez indivíduos mais ricos terminaram o ano com meio trilhão de dólares a mais em suas fortunas, mesmo que outros estudos – estes de economistas norte-americanos – apontem que a pandemia já provocou perdas de U$ 11 trilhões, valor que deverá chegar a U$ 28 trilhões a longo prazo. 

A revelação desses dados impactantes coincide com a realização, esta semana, do Fórum Econômico Mundial, que tradicionalmente acontece em Davos, na Suíça, mas este ano é realizado virtualmente, com participação de chefes de Estado, líderes empresariais e estudiosos de todo o mundo. Um novo encontro, este presencial, está agendado para o mês de maio em Singapura, quando os organizadores do Fórum esperam mostrar soluções concretas para os diferentes desafios agora colocados em debate. O planeta, depois de perder centenas de milhares de vidas ceifadas pela pandemia – só no Brasil o número de fatalidades já se aproxima de 220 mil – está diante de acontecimentos sem precedentes e de desafios igualmente inéditos, que podem ser vistos também na perspectiva das oportunidades.

Trata-se de enxergar, ainda que tardiamente, os erros cometidos e de abraçar o desafio, conforme propõe o Fórum Econômico, de estruturar mudanças reais, desenhando em consequência um sistema econômico e social mais equilibrado. A pandemia escancarou e exacerbou distorções que podem e devem ser vistas também na perspectiva da ineficiência do sistema atual, que produz riquezas mas, ao possibilitar e até favorecer sua concentração, revela-se irracional, para não dizer perverso, impedindo seu melhor uso, fazendo-a se multiplicar ainda mais rapidamente se houvesse menos concentração, menos especulação financeira e, consequentemente, mais empregos, mais produção, renda  e consumo.

As causas dos problemas são bem conhecidas, assim como a receita das “soluções reais” que o Fórum Econômico promete apresentar dentro de três meses. Estaremos então, todos, acordando para a realidade e, a custa de sacrifícios tão pesados, finalmente descobrindo que é possível fazer melhor.

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