EDITORIAL | Cavando mais fundo

27 de março de 2021 às 0h23

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Crédito: Freepik

As avaliações com relação ao Brasil são ainda muito ruins, prevalecendo o entendimento de que vivemos o pior e mais grave momento da pandemia. Por outro lado, existe esperança com a perspectiva, concreta, de que estamos mais próximos de atingir a produção em massa de vacinas, em volumes para cobertura mais adequada e mais rápida.

Com o foco das atenções na situação do País, tem sido reduzido o espaço para acompanhamento do que se passa no exterior, onde como regra a situação também é grave, com sucessivas ondas da pandemia produzindo efeitos igualmente devastadores e incertezas quanto a sua evolução.

Evidentemente que tudo isso se reflete, conforme temos procurado assinalar sempre que possível, no plano econômico, trazendo dificuldades que já estão presentes e poderão ser ainda maiores em futuro próximo. São desafios de proporções inéditas, para os quais tanto o Banco Mundial (Bird)  quanto o Fundo Monetário Internacional (FMI) chamavam atenção já no ano passado, quando sequer se imaginava que a pandemia poderia tomar as proporções que tomou. E diziam que a recuperação seria muito difícil, exigindo esforços comuns, coordenados e em clima de colaboração entre países. Difícil imaginar que possa haver outro caminho.

Preocupa, nesse sentido, as ainda tensas relações entre Estados Unidos e China, com sinais claros de que a mudança de governo em Washington não bastou para alterar o curso dos acontecimentos. As hostilidades e troca de acusações entre dignitários dos dois países em recente encontro de cúpula é absolutamente preocupante, sobretudo porque a equipe do presidente Biden não dá sinais de que caminha para alterar a linha dura de seu antecessor. Resta o confronto, por enquanto felizmente verbal, com acusações mútuas acompanhadas de insinuações belicosas. Tudo para deixar claro que os dois países se enxergam numa posição dominante no planeta, sugerindo que um conflito possa ser inevitável, ainda que fora de propósito e fora de hora.

Diante da realidade que se apresenta, como se não bastassem os problemas já existentes, o acirramento do conflito entre as duas superpotências tanto no aspecto militar quanto no econômico, é o pior que poderia acontecer. Recuperar o planeta, recuperar produção, consumo, renda e investimentos, necessariamente terá que ser resultado de um esforço comum e muitíssimo bem coordenado. Inclusive para que se possa abrir espaço para mudanças que conduzam ao equilíbrio e à racionalidade. Resumindo, para concluir, justamente a antítese de um conflito aberto, que bem poderá levar ao fim dos tempos.

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