EDITORIAL | Erros para não repetir

12 de novembro de 2020 às 0h10

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Crédito: REUTERS/Nacho Doce

Se tudo correr conforme espera o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, o suprimento de eletricidade no Amapá voltará à normalidade operacional até o próximo fim de semana. Solução mesmo, com retorno à normalidade, somente dentro de um mês, estima-se.

O blecaute acontecido no Estado depois da explosão de transformadores na principal subestação de Macapá foi quase total e só passou relativamente despercebido porque aconteceu no mesmo dia das eleições nos Estados Unidos, assunto que passou a ocupar quase todos os espaços e atenções da imprensa. Nos primeiros dias a pane foi quase total, atingindo a tudo e a todos, evidenciando uma situação de precariedade que não pode ser tolerada, ficando por conta do imponderável.

Segundo relatos, uma tempestade elétrica provocou a pane, atingindo os dois transformadores que pegaram fogo e foram destruídos. Segundo técnicos, uma situação que, fossem outras as condições, na pior das hipóteses deveria ser resolvida em dois dias.

O problema é que a concessionária, a espanhola Isolux, não dispunha de equipamentos e recursos para responder à emergência, que acabou sendo parcialmente contornada com auxílio direto e recursos de empresas públicas nacionais. Uma situação que o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) indiretamente dá por descabida, uma vez que o operador deveria contar com meios para atender à emergência. Com o que concorda a Justiça Federal que no sábado, dia 7, deu à Isolux prazo de três dias para resolver todo o problema, o que não aconteceu, sob pena de multa de R$ 15 milhões.

“É fundamental que investiguem as causas e que os responsáveis sejam exemplarmente punidos para que essa tragédia nunca mais se repita”, disse o presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre, que é senador pelo Amapá.

Que sua fala não seja apenas retórica e sim destinada a confirmar  um ritual que tem sido pouco comum em nosso país, em casos dessa natureza. E que o acontecido, sem precedentes na mesma escapa, sirva de advertência para quem enxerga nas privatizações a solução para todos os males ao mesmo tempo em que aponta as estatais como donas exclusivas de todos os pecados. Não é bem assim e no caso em tela, foram elas, as estatais, que socorreram o Amapá, socorreram a própria empresa concessionária, que se demonstrou totalmente despreparada para cumprir suas obrigações.

Que não fique o dito pelo não dito e que a própria Isolux, que já vem negociando a transferência de sua concessão, não saia impune, não deixe de pagar pelos prejuízos que está causando.

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