EDITORIAL | Espaço para a esperança

25 de agosto de 2020 às 0h15

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Crédito: Joel santana/Pixabay

Haverá festa em Brasília nesta terça-feira, dia escolhido pelo Planalto para a apresentação de seu plano para recuperação da economia depois que a pandemia passar. O clima no governo, segundo suas próprias fontes, é de confiança e otimismo, sobretudo depois que o ministro Paulo Guedes reafirmou que a retomada do crescimento poderá ser em V, o que significa rapidez na linguagem dos economistas e, numa semana de boas notícias, dados indicaram que a indústria voltou a operar com os mesmos índices de ociosidade anteriores à chegada do coronavírus.

Tudo isso e mais a decisão da Câmara dos Deputados de manter o veto a reajustes do funcionalismo federal, derrubado na véspera pelo Senado, o que implicaria em despesas extras de mais R$ 130 bilhões.

Com relação aos planos de recuperação da economia, as apostas são de que o governo, com sua capacidade de investimento reduzida a qualquer coisa próxima de zero, reforçará de forma mais objetiva sua opção de parceria com o setor privado, interno e externo. Nessa direção, e sobretudo em circunstâncias que continuam não sendo favoráveis, são necessários esforços consistentes para restaurar a confiança do potencial investidor, o que significa clareza, continuidade e segurança jurídica.

Dentro dessa estratégia, na realidade talvez a única possível, é de se esperar também que venham sinais mais concretos de que reformas finalmente caminharão. Por exemplo, os próprios empresários sabem que na situação atual não existe margem para redução de tributos, mas existe um grande e saudável roteiro de simplificação, que reduz indiretamente custos para quem paga e, com uma boa dose de inteligência, pode também significar mais recursos entrando nos cofres públicos.

Igualmente cabe reforçar, nesse suposto contexto de proatividade, que a esfera pública tem margem, muita até, para afinal cortar gorduras, reduzindo gastos de custeio que seriam vistos como aberrações intoleráveis em sociedades mais ricas e mais evoluídas.

Como foi lembrado nesse espaço recentemente, não há por que, e mesmo que não houvesse tanta pobreza e tantas disparidades, o conjunto da sociedade continuar sustentando os privilégios e mordomias reservados à elite dirigente, na forma de vantagens ou “penduricalhos”, como disse certa vez o presidente da República. Tudo somado, a situação continua sendo de virtual sequestro do Estado e de sua renda, na descabida fórmula muito para poucos.

Como a maioria dos brasileiros, não temos dúvidas de que inverter as expectativas, criando de fato condições para a retomada do crescimento em bases sustentáveis e permanentes, significa seguir este caminho.

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