EDITORIAL | Esperança de solução

18 de fevereiro de 2021 às 0h23

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Crédito: REUTERS/Gonzalo Fuentes

Nos Estados Unidos, sob nova administração, e em alguns países europeus, as medidas de contenção combinadas com agilidade e volume na vacinação produziram resultados rápidos, bastante animadores.

Os casos de novas contaminações, internamentos e óbitos declinaram sensivelmente, confirmando que a combinação de isolamento social e vacinação continuam sendo, de momento, a resposta mais eficaz à pandemia. 

Infelizmente não é o que acontece no Brasil, onde nas últimas semanas a média diária de óbitos rondou a marca das mil ocorrências, em alguns momentos superando todo o período anterior da pandemia, e o sistema médico continua operando no limite ou além dele.

Desde o início, quando foi dito que havia mais exagero que propriamente ameaça, perdemos tempo, retardando ou deixando de tomar medidas cruciais, do uso de máscaras ao isolamento e até ações mais radicais, em que procedimentos médicos foram confundidos, tragicamente para os já quase 250 mil mortos e suas famílias, com preferências políticas que, nestas alturas, por óbvio deveriam estar fora da pauta.

Pagamos todos um preço altíssimo e tudo faz crer que ainda virá mais, sendo bastante lembrar os bailes de Carnaval e as concentrações clandestinas que continuaram a ocorrer, numa atitude que chega a ser afronta, de um lado aos deveres das autoridades públicas e, de outro, à inteligência dos abusadores.

Igualmente causa forte preocupação o lento ritmo de vacinação, que até agora alcançou apenas cerca de 2,5% da população, e os riscos bastante claros de que o andamento da campanha e as metas traçadas possam ser comprometidas pela falta de vacinas.

Já não cabe, agora, até por falta de tempo, apurar porque o governo federal recusou ofertas de vacinas, deixando de fazer encomendas no tempo e nas quantidades certas.

O foco, agora pelo menos por hora, deve estar na solução, com a mobilização da sociedade, primeiro vigiando para que se cumpram as medidas sanitárias necessárias e, segundo, como propõe lideranças empresariais de mais alto quilate, para agilizar por conta própria a compra de vacinas, ocupando os espaços deixados vagos pela omissão da esfera pública.

Eis a nova esperança de solução. O grupo atua junto a laboratórios farmacêuticos e a fundos de investimentos, na expectativa de que possa obter, rapidamente e apenas para dar início ao processo, nada menos que 30 milhões de doses. Se o setor público for capaz de, pelo menos, não atrapalhar ou retardar o processo, passam a existir bons motivos para uma dose maior de otimismo e confiança.

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