EDITORIAL | Reagir ou sucumbir

24 de novembro de 2020 às 0h10

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Crédito: Reuters/Yves Herman

Quem sabe fazer contas e tem olhos para enxergar não pode deixar de estar preocupado com o planeta e, em sendo brasileiro, com o País, diante de sinais que definitivamente não são tranquilizadores. Os números da Covid, depois de uma baixa continuada que durou alguns meses, voltaram a subir e médicos bem credenciados, dignos de respeito, externam suas preocupações.

Os cuidados foram relaxados, ou não tão rigorosos quanto deveriam e os casos de contaminação voltaram a crescer, sem que seja possível afirmar que a tal segunda onda chegou ou se ainda estamos na primeira, recrudescida por relaxamento.

Uma situação que produz medo, evidentemente, mas que precisa ser avaliada com senso de realidade. O País está esgotado em todos os sentidos, não dispõe nem de recursos nem de infraestrutura para a hipótese de uma escalada da doença e igualmente não tem como enfrentar possibilidades mais drásticas, como, novamente, a suspensão de atividades econômicas. Enquanto isso a vacina, que traz esperança, é ainda, realisticamente, uma possibilidade relativamente distante, sem utilidade no surto que parece estar avançando agora mesmo.

Ter em conta a realidade, como já dissemos aqui em outras ocasiões, é o primeiro passo para que ela possa ser enfrentada. Vale dizer, como uma mobilização mais efetiva, com coordenação e todo o trabalho orientado tecnicamente, sem espaço, por menor que seja, para qualquer politização, para desvios que, de tão graves, mereceriam ser tratados criminalmente, como no caso das notícias falsas ou das ainda mais desatinadas campanhas contra a vacinação. Quem tem juízo, ou como está dito no início deste comentário, olhos para enxergar, o que esperam exatamente os que jogam contra, como se pudesse haver qualquer nexo entre saúde pública, ideologia e política.

Virada esta página, é preciso começar a pensar, e muito seriamente também, como e onde levantar recursos para, primeiro, atender às necessidades sanitárias e, segundo, às necessidades econômicas, que começam pelas mais básicas, com o acesso a alimentação, mas chegam à sobrevivência dos negócios, das empresas e dos empregos. E sem aquela bobagem de tentar pôr na balança o valor de vidas humanas ou de empregos e empresas.

Para concluir, ainda que tardiamente, sem o entendimento de que sem coordenação, sem soma de esforços e sem que seja criado um verdadeiro, independente e atuante Gabinete de Crise os riscos podem chegar ao limite do suportável.

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