EDITORIAL | Suspeitas sem base

3 de dezembro de 2020 às 0h10

img
Crédito: REUTERS/Ueslei Marcelino

Sem interferências indesejadas, como no primeiro turno, e ainda pendente de cabal apuração, a votação de domingo, nas cidades em que houve segundo turno, correu sem transtornos e em perfeita ordem. E, certamente, o aspecto mais relevante, confirmando movimento até certo ponto inesperado dos eleitores, começando a desmontar a polarização que tantos males causa ao País.

Igualmente chama a atenção, e deve ser ressaltada como já fez o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, a eficiência e segurança do sistema eletrônico de votação, que não merece qualquer espécie de reparo, como, aliás, ressaltado por observadores internacionais, e está entre os melhores, se não o melhor, e mais avançados de todo o mundo.

A propósito, nada de novo. O sistema funciona há mais de 20 anos sem um único registro de que possam ter ocorrido riscos à integridade do processo. É fato que não pode ser contestado. E duvidosas, sim, são as afirmações em contrário, nos últimos tempos fartamente alimentadas por fake news, buscando desacreditá-lo e, por razões que não cabem na lógica, chegando ao cúmulo de propor retorno ao sistema manual, retrocesso que só poderia interessar a quem deseja justamente quebrar a inviolabilidade e integridade do sistema atual, quem sabe para trazer de volta as células que os coronéis entregavam preenchidas ao eleitor. Colocar em dúvida o sistema, não custa recordar, pode ser também uma estratégia, à semelhança do que fez o presidente Donald Trump, derrotado nas recentes eleições em seu país.

Como disse o presidente do TSE, em manifestação na noite de domingo logo após o encerramento da apuração, quem tiver qualquer comprovação de fraude que a apresente, na certeza de que a questão não será negligenciada. Lembrou também que todo o sistema opera em rede fechada, sem possibilidade de acesso externo e com acompanhamento contínuo, em todas as etapas, de representantes do conjunto da sociedade, que atestam sua integridade. E acrescentando que a proposta de impressão de comprovante, além de representar gastos elevados e inúteis, não deixaria de ser ameaça ao sigilo da escolha individual e, em termos práticos, é ponto descartado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que já se manifestou a respeito.

Cabe esperar que a votação de domingo passado tenha sido também um ponto final nas alegações que certamente não têm propósitos que possam vir à luz do dia ou fundamentos tão frágeis, tão falsos na realidade, como nos Estados Unidos, onde o derrotado presidente Donald Trump em nenhum momento exibiu evidências que sustentassem suas alegações.

Facebook LinkedIn Twitter YouTube Instagram Telegram

Siga-nos nas redes sociais

Comentários

    Receba novidades no seu e-mail

    Ao preencher e enviar o formulário, você concorda com a nossa Política de Privacidade e Termos de Uso.

    Facebook LinkedIn Twitter YouTube Instagram Telegram

    Siga-nos nas redes sociais

    Fique por dentro!
    Cadastre-se e receba os nossos principais conteúdos por e-mail