EDITORIAL | Tecnologia para o bem

30 de dezembro de 2020 às 0h10

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Crédito: Pixabay

O ano que termina não foi fácil para as empresas que controlam as mídias sociais e nada à frente indica que 2021 possa ser melhor. E não estamos pensando apenas nas fake news, que tantos males causaram e continuam causando e sim de uma questão mais ampla, o monopólio dessas empresas, objeto de diversos processos na Europa e agora mais dois nos Estados Unidos, o primeiro patrocinado pela Suprema Corte, com base nas leis antimonopólio, e outro, mais recente, movido por dez estados, apontando um acordo ilegal entre Google e Facebook para manter controle do mercado de publicidade digital.

Parece certo, a estas alturas, que como está não vai ficar, com a perda de credibilidade gerando debandada do público em proporções significativas e a exposição de práticas nada ortodoxas afastando justamente os clientes de maior peso, todos eles alegando não desejar associar suas marcas a um negócio tão controvertido.

Tudo isso significando perdas financeiras relevantes e danos de imagem que, aparentemente ou, pelo menos, sem grandes e profundas mudanças, não terão retorno. Quando menos por conta de controles externos mais rígidos, alguns já postos em prática em países europeus e podendo chegar aos Estados Unidos, até com mais rigidez, como resultados dos processos em andamento.

Como já foi dito aqui, repetindo manifestações das mais diversas origens, a internet, concebida como ferramenta destinada a aproximar pessoas e difundir conhecimentos, não pode acabar fazendo justamente o contrário, terra de ninguém, sem controle, assim transformada numa ameaça geral e de proporções possivelmente nunca vistas anteriormente.

Prosseguir nessa trilha, com o falso e descabido argumento de que se trata de defender a liberdade de expressão, é o mesmo que colocar em risco a organização social e política planetária, tal como a conhecemos, sem nenhum indicativo de que algo melhor seja posto no lugar.

É preciso mudar e mudar muito, numa reconstrução em que não parece existir espaço para os modelos hoje predominantes, justamente aqueles que a Suprema Corte dos Estados Unidos agora questiona. Dito de outra forma, não deverá surpreender se, com a mesma velocidade que surgiram e cresceram a ponto de figurarem entre as maiores do mundo, estas empresas entrem em declínio, quem sabe abrindo espaços para algo melhor e mais útil, exatamente como imaginaram os pioneiros dessa tecnologia, que, de início, a julgavam restrita aos ambientes científicos e às universidades. Como aconteceu o oposto, cabe fazer votos para breve retorno a ideais mais nobres.

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