Os investimentos com foco em responsabilidade social, ambiental e de governança corporativa (ESG, na sigla em inglês) têm fomentado um movimento de mudança nas empresas ao redor do mundo, o que repercute em todas as dimensões dos negócios, inclusive na área financeira. Nesse contexto, os investidores têm exercido um papel importante no avanço da pauta ESG, mediante uma crescente pressão para avanços nos temas socioambientais. De acordo com o estudo global da PwC sobre o tema, 79% dos entrevistados consideram que iniciativas socioambientais impactam nas tomadas de decisão de investimentos. Quase metade (49%) deles afirma que pretendem retirar recursos de empresas sem ações reais nessas áreas.
As pautas de mudanças climáticas, governança e responsabilidade social têm estado no foco prioritário dos executivos e consequentemente na tomada de decisões pelos investidores. Porém, ainda se percebe uma desconexão entre essa agenda ESG e as prioridades estratégicas dos negócios.
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É preciso que as organizações foquem nos temas importantes e construam ações afirmativas e coerentes nos temas de ESG que pretendam desenvolver, assegurando que seus relatórios financeiros deem clareza e transparência às ações e seus resultados. Essa clareza e transparência possibilitam que investidores possam compreender o real engajamento das organizações com esses temas e, por consequência, valorizar aqueles que convertem o discurso em ações concretas e objetivas.
Outro aspecto que tem acompanhado essa busca de transparência e objetiva é a necessidade de se desenharem padrões de divulgação de aspectos de ESG que permitam aos stakeholders terem a real compreensão das ações conduzidas e os resultados atingidos.
No ano passado, durante a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP-26), principal cúpula da ONU para debater questões climáticas, a IFRS Foundation anunciou a criação do International Sustainability Standards Board (ISSB), voltado à criação de normas internacionais para divulgações de sustentabilidade. Inicialmente, o foco serão as mudanças climáticas, dada a urgência e impactos do tema, mas o projeto pretende emitir normas abrangentes de divulgação para todos os pilares de ESG.
Nesse cenário, o profissional de finanças tem um papel protagonista na implementação dos padrões, sendo fundamental que possua uma visão holística dos temas, que possibilitem a ampliação da perspectiva de análise do negócio para além das métricas financeiras, de forma que a companhia seja vista como um investimento sustentável capaz de gerar impactos positivos não somente nos aspectos financeiros, mas também sociais e ambientais.
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Como não poderíamos deixar de mencionar, Minas Gerais possui um perfil empresarial muito diversificado, com grande potencial para trabalhar as questões relacionadas aos três pilares de ESG. O estado é o quinto colocado em aportes nessas áreas segundo o ranking feito pelo Centro de Liderança Pública (CLP), e vem se mobilizando, cada vez mais, nessa agenda. Sem dúvidas, essas iniciativas trarão resultados significativos para o desenvolvimento sustentável das empresas mineiras.