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O vírus do racismo

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  • Por Diário do Comércio
  • Em 4 de agosto de 2020 às 00:12
Crédito: Pixabay

Cesar Vanucci*

“O racismo no Brasil é tão cruel, dói tanto, que tu te negas a falar dele.” (Paulo Paim, Senador)

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A raça humana é uma só. Cor de pele é mero detalhe. Se negra, branca, amarela, parda, rosada – em tons mais ou menos acentuados, consoante a diversidade biológica natural – tudo isso, repita-se, não passa de detalhe. Assim como a cor dos olhos, ou dos cabelos. Ou a estatura e o peso das pessoas.

A raça humana é uma só. Em nada influem, para que essa verdade verdadeira deixe de ser reconhecida, as circunstâncias de os indivíduos nascerem, ou viverem, nessa ou naquela região específica deste planeta azul. Bem como as constatações de que eles pratiquem cultos, cultivem hábitos e costumes, falem línguas e enverguem trajes diferenciados, uns dos outros. A raça humana é única.

A recusa na aceitação plena desse preceito de vida universal, na efervescente convivência social, gera uma aberração cruel e repulsiva chamada racismo. Um vírus que, contaminando mundão de viventes por aí, produz enfermidades e mortes, escancara instintos bestiais, alveja inclementemente a dignidade da vida. Faz, também, com que humanistas da maior envergadura intelectual suscitem, por vezes, dúvidas quanto à assertiva, sagrada para contingentes apreciáveis do mundo civilizado, de que o homem é ser de luz moldado à imagem e semelhança de Deus.

O racismo, com todo seu cortejo de horrores e injustiças, é antigo e universal. Contribui significativamente para que se perpetue o dramático problema das desigualdades. De visibilidade permanente nos atos cotidianos, a questão é exposta com abundância de evidências em tudo quanto é pesquisa de comportamento, seja aqui, seja alhures. Fixemo-nos na situação brasileira.

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Cá estão alguns indicadores sociais apontados em levantamento recente do IBGE. Retratam com fidedignidade as cores da desigualdade, as notórias fragilidades econômicas e sociais enfrentadas pela população negra.

1.Desemprego e subocupação – pardos ou negros, 66 por cento; brancos, 33 por cento.

2.Rendimento médio mensal da mão de obra ocupada – R$2.796,00, brancos; R$1.608,00, negros ou pardos.

3.Trabalho informal – 47%, pardos ou negros; 35%, brancos.

4. Cargos gerenciais – 29,9%, pardos ou negros; 68,6%, brancos.

5. Hora paga no mercado de trabalho para assalariados com diploma – R$33,00, brancos; R$23,00, negros ou pardos.

6. Participação na vida política – negros e pardos representam 24% dos quadros parlamentares formados nas eleições de 2018.

É oportuno lembrar que a população brasileira é composta, em mais de 55%, por negros e pardos.

De um trabalho jornalístico divulgado na “Folha de S. Paulo”, edição de 19 de julho, assinado por Érica Fraga, recolhemos informações que fluem no mesmo sentido das revelações do IBGE. Mulheres brancas desfrutam de vantagens salariais no confronto dos holerites com as trabalhadoras negras ou pardas.

A comparação, envolvendo profissionais da mesma faixa etária, mesmo grau de escolaridade e mesmo lugar de residência, acusa diferença média mensal de R$ 475,00. Mais um lance perturbador. A desigualdade, no tocante a rendimentos femininos por conta da cor da pele, ao invés de cair, só vem fazendo crescer. Em 2012, a diferença apurada era de 11,5% (ao contrário dos 14% de 2019), equivalendo em valor a R$ 364,00, descontada a inflação do período.

No caso masculino, a diferença salarial é, na atualidade, de 13%, observadas as mesmas circunstâncias já pontuadas (faixa etária, escolaridade e mesma região domiciliar). Esse percentual representa R$ 624,00 a menos na folha de pagamento de negros ou pardos.

“O racismo no Brasil é tão cruel, dói tanto, que tu te negas a falar dele”, denuncia Paulo Paim, senador gaúcho, uma rara presença negra na Casa, acrescentando que o Congresso espelha a tremenda desigualdade racial, com conotações sociais chocantes, existente no País.

Tudo quanto aqui relatado, flagrantes de tormentosa questão que abarca facetas a perderem de vista, deixa soltas no ar perguntas que colocam em desconforto a consciência coletiva. Por que pretos e pardos ganham menos que brancos? Por que se lhes são destinados tão poucos cargos de chefia? Por que, embora sejam 55,8% da população brasileira, eles ocupam apenas 24,4% das cadeiras parlamentares?

Indagações embaraçosas, que nem essas, obviamente brotarão de quaisquer análises a respeito das condições vivenciadas pela comunidade negra em matéria de moradia, infraestrutura básica, educação, saúde etecetera e tal…

*Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)

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