Perspectivas sobre a participação de militares nas eleições

11 de novembro de 2020 às 0h05

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Crédito: REUTERS/Rodolfo Buhrer

Ailton Cirilo*

O sentimento do exercício da cidadania é aflorado de diversas formas desde a redemocratização do Estado Brasileiro. Seja por meio da sociedade organizada, das discussões plurais, dos grupos menos ou mais radicais, pelo acionamento do Poder Judiciário, pela criação de leis para coibir abusos na gestão pública ou com a participação da imprensa como ferramenta necessária à democracia.

Quanto à inserção nas elites de formatação de políticas públicas, os integrantes destas forças, verdadeiros atores invisíveis na sociedade, se veem desprestigiados e criticados demasiadamente, como se fossem o próprio poder ditatorial no passado recente do País.

Como única forma democrática de reverter o quadro e buscar dignidade da profissão, reconhecimento e melhoria salarial, a saída é a inclusão nos diversos parlamentos por meio do sufrágio universal. Assim sendo, vê-se uma crescente participação de candidatos militares nos pleitos eleitorais, com nomes qualificados e contribuindo para um cenário de defesa a sociedade e de reconhecimento para as famílias polícias e bombeiros militares de todo o Brasil.

Existe um crescimento pertinente de 16% das candidaturas de militares a cargos eletivos, plataforma que apoiamos e incentivamos cada vez mais. A sociedade clama pelos valores que ombreamos e sustentamos ao longo de nossas vidas: liberdade, transparência, probidade, lisura e muita responsabilidade com o bem público.

O efeito Bolsonaro com certeza contribuiu para o encorajamento e participação nas eleições, mas é prematuro afirmar com convicção, pois precisamos estudar o fenômeno. Nesse sentido, diversas variáveis podem influir como a cultura local, a importância da instituição e a participação efetiva junto à comunidade.

O discurso adotado pelos militares são os da própria sociedade. Ou seja, estamos cansados de tanta pilhagem pelos pseudopolíticos, leis frágeis que só facilitam a vida do malfeitor, corrupções intermináveis, ausência do estado nas atividades essenciais à vida do cidadão. Enfim, precisamos ajudar a passar o País a limpo, com muita energia e sabedoria.

Tenho a convicção que, aumentando o número de militares eleitos, teremos representantes compromissados com a sociedade, que farão qualquer enfrentamento para garantir os direitos prescritos na nossa Carta Magna, contribuindo para um país pujante e altaneiro com futuro promissor.

Com relação ao déficit de militares aos quadros do serviço ativo, vê-se que o percentual é muito pequeno, não havendo reflexo na continuidade da atividade. Relembro que muitos militares já estão no quadro da reserva, isto é, aposentados o que não acarretará o impacto já comentado.

*Presidente da Associação dos Oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais (AOPMBM) capcirilo@yahoo.com.br

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