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Cyrela estuda novos projetos de olho no MCMV

São Paulo – A Cyrela, uma das maiores construtoras do País, está otimista em relação ao próximo governo brasileiro e confiante de que as decisões tomadas pela empresa na crise a posicionaram para um novo ciclo de crescimento, disseram ontem executivos da companhia.


“Percebemos o cliente e a sociedade mais confiantes e, para dar o passo de assumir uma dívida de longo prazo, é preciso isso”, afirmou o diretor de incorporação do grupo, Piero Sevilla, em encontro com jornalistas no empreendimento Cyrela Haus by Yoo, um lançamento feito em parceria com o escritório de design londrino.


O executivo não citou o crescimento esperado para os lançamentos em 2019, mas revelou que os novos projetos se concentrarão em São Paulo, Rio de Janeiro e na região Sul. Em 2018, acrescentou Sevilla, a Cyrela conseguiu lançar mais empreendimentos do que o inicialmente estudado.


No acumulado do ano até setembro, os lançamentos subiram 30,8% ano a ano, para R$ 2,33 bilhões, enquanto as vendas líquidas contratadas aumentaram 30,4%, para R$ 2,62 bilhões, conforme balanço do terceiro trimestre divulgado pela companhia em 8 de novembro.


Além dos segmentos de luxo, alto e médio padrão em que tradicionalmente opera, a Cyrela planeja, para o ano que vem, novos projetos enquadrados no Minha casa, minha vida (MCMV) e financiados com recursos do FGTS.


No fim de setembro, a empresa criou a Vivaz para atuar no MCMV, lançando seu primeiro empreendimento sob a marca em Itaquera (SP). A Cyrela já desenvolvia projetos para o programa habitacional por meio de joint ventures com a Cury Construtora e a Plano e Plano, que continuam em andamento.


A estreia da Vivaz coincidiu com a entrada de outras incorporadoras com foco em médio e alto padrão no segmento de imóveis econômicos, incluindo a Eztec, mas vem na contramão da gigante MRV, que este ano retomou projetos financiados com recursos da caderneta de poupança.

Investimento – De acordo com Sevilla, a Cyrela vem construindo, desde o ano passado, um estoque de terrenos (landbank) para o Minha casa, minha vida. “Talvez em breve, (o segmento) pode ser metade do que lançamos junto com Cury e Planner”, afirmou, referindo-se à soma dos projetos da Vivaz com os desenvolvidos por meio das joint ventures.


Questionado sobre a criação da Vivaz em um momento em que o setor discute a limitação de recursos do FGTS para habitação popular, Sevilla reconheceu que o movimento veio tarde. “Dimensionamos mal e por isso acabamos entrando tarde no MCMV”, afirmou.


Fora do residencial, uma das apostas da incorporadora é o Medplex, um projeto comercial exclusivamente desenvolvido para reunir consultórios, laboratórios e clínicas. A Cyrela já lançou cinco empreendimentos do tipo, sendo três no Sul, um em Campinas e outro em São Paulo. (Reuters)

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