Marcelo Gleiser recebe Prêmio Templeton 2019

São Paulo – O físico e astrônomo brasileiro Marcelo Gleiser recebeu o Prêmio Templeton de 2019, no valor de US$ 1,4 milhão, por seu trabalho, que mistura ciência e espiritualidade.
Gleiser, de 60 anos, é o primeiro latino-americano a ser agraciado com o prêmio, que homenageia “uma pessoa viva que fez uma contribuição excepcional para a afirmação da dimensão espiritual da vida”, disse a Fundação John Templeton, sediada nos Estados Unidos, em um comunicado divulgado ontem.
Professor do Dartmouth College, em New Hampshire, nos Estados Unidos, Gleiser escreveu livros de grande vendagem e participou de vários programas de televisão e rádio, debatendo a ciência como uma busca espiritual para entender as origens do universo e a vida na Terra.
Entre os vencedores do prêmio, criado em 1972 pelo falecido investidor global Sir John Templeton, estão o Dalai Lama e a Madre Teresa de Calcutá. Em 2018 ele foi concedido ao Rei Abdullah 2º, da Jordânia.
“Trabalharei mais duro que nunca para divulgar minha mensagem de unidade global e de conscientização planetária para um público mais amplo”, disse Gleiser em um comunicado sobre o prêmio divulgado por Dartmouth.
Gleiser estuda a intersecção entre o que chama de “física do muito grande” e a “física do muito pequeno” para reconstruir o início do universo, informou Dartmouth.
Além de pesquisar as origens da vida na Terra, ele também analisa a possibilidade da vida fora do planeta, de acordo com a faculdade norte-americana.
Gleiser nasceu em uma família da comunidade judaica do Rio de Janeiro e estudou no Brasil e no Reino Unido, disse a fundação, que incentiva o diálogo e a pesquisa de temas que vão da evolução ao perdão. Ele entrou no departamento de física e astronomia de Dartmouth em 1991.
De acordo com a entidade, Gleiser é uma voz proeminente entre os cientistas, do passado e do pressente, que rejeita a noção que a ciência sozinha pode levar às verdades finais sobre a natureza da realidade.
Em vez disso, em sua carreira paralela como um intelectual público, ele revela as ligações históricas, filosóficas e culturais entre ciência, a humanidade e espiritualidade, além disso, defende uma abordagem complementar, especialmente em questões que a ciência não pode dar uma resposta final. (Reuters)
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