Variedades

Mercado Novo recebe exposição “Pentatônica”

Mostra de Olavo D’Aguiar, artista de Maceió que tem origem mineira, será inaugurada neste sábado no Mercado Novo.
Mercado Novo recebe exposição “Pentatônica”
Crédito: Mercado Novo / Divulgação

Olavo D’Aguiar e Vitor Paiva inauguram no sábado (16), às 11 h, no Espaço Corda do Mercado Novo (avenida Olegário Maciel 742, 2º andar), a exposição “Pentatônica, No Ritmo das Formas”. A mostra aborda o movimento rítmico das cores, na sonoridade das formas, no compasso do movimento da transparência. A exposição apresenta partituras visuais, um convite para sentir o som das formas e escutar as cores. A entrada é gratuita.

“É encontro para o improviso: o papel se transforma em palco, as formas e tintas em notas musicais”, comenta Olavo. Um espetáculo de cores, movimentos, ritmos e figuras, em “Pentatônica”, a dupla realiza uma provocação aos sentidos. “Na sobreposição das composições, os tipos dançam como notas musicais e as tintas se remixam como acordes”, complementa Vitor Paiva.

O processo criativo que deu resultado à mostra é singular. Começa com o desenvolvimento de colagens, misturando fragmentos de letras e formas geométricas que se entrelaçam e criam composições abstratas e modulares. As colagens são digitalizadas e transformadas em vetores, usados no corte a laser, que materializa as imagens em matrizes de madeira.

Depois, por meio do sistema de impressão tipográfica, essas matrizes são utilizadas na construção de um novo abstracionismo. Nascem as misturas rítmicas. Uma maneira de imprimir que pode ser vista como uma colagem gráfica, em que a dupla manipula os mesmos elementos em distintas composições. Assim como uma única nota musical se encontra em diferentes canções, as formas da madeira impressa se repetem em gravuras distintas, que são apresentadas como um álbum sonoro gráfico.

Nascido em Maceió, mas de família mineira, Olavo D’Aguiar é designer gráfico de formação e foi através da tipografia que descobriu seu caminho para expressar seu olhar artístico. Olavo é um dos fundadores do coletivo tipográfico 62 Pontos, que utiliza as técnicas clássicas da tipografia com a experimentação de uso de materiais inusitados, para criar peças artísticas contemporâneas e musicais. O 62 Pontos hoje é uma das grandes referências da tipografia no Brasil, tendo ganho o prêmio TDC – The Type Directors Club, organização internacional sediada em Nova York que valoriza a excelência gráfica em tipografia há mais de 70 anos. Além da tipografia, ao longo dos anos, o artista também mistura diferentes técnicas em suas obras, sendo a colagem um destaque.

Residente no ateliê tipográfico do 62 Pontos, espaço dedicado às suas produções autorais, Vitor Paiva cresceu entre as cidades de Belo Horizonte e Sete Lagoas, onde absorvia o grande contraste do interior e cidade grande. As experimentações gráficas nasceram em 2012, quando foi apresentado ao Mestre do Ofício Ademir Matias e sua gráfica tipográfica. Lá, encontrou toda uma interlocução e um diálogo gráfico fragmentado entre o tempo e suas consequências no mundo externo, na rua, na arquitetura.

A junção das experimentações gráficas e técnicas obsoletas com a colagem, traz um universo de abstracionismo que se assemelha ao cotidiano. O trivial que se torna relevante, como as provas de impressão, os muros corroídos pelo tempo e as texturas presentes na natureza. Um questionamento ao tempo, suas consequências e o que elas evocam de sentimentos de quem vê. Seu trabalho autoral é sobre o que a pessoa vê, é sobre sentir. Como designer gráfico, integrou diversas equipes com importância no cenário mineiro.

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