Economia

Produção nacional recua em julho

Produção nacional recua em julho
Apesar da retração no confronto mensal, em relação a julho de 2017, o setor registrou avanço de 4% no nível de atividade - Crédito: Paulo Whitaker / Reuters

Rio de Janeiro/São Paulo – A indústria brasileira entrou no terceiro trimestre com contração, ainda que menos intensa que o esperado, pressionada pela fraqueza dos investimentos e evidenciando as incertezas para o setor a poucos meses da eleição presidencial.

Em julho, a produção registrou queda de 0,2% sobre o mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ontem. Foi o resultado mais fraco para julho desde 2015 (-2,5%), mas melhor que a expectativa em pesquisa da Reuters com economistas de recuo de 1%.

Na comparação com o mesmo mês do ano passado, houve alta de 4%, também acima da projeção de avanço de 2% e o resultado mais forte para o mês desde 2010 (+9,4%).
“Voltamos a um patamar e um ritmo mais adequado à produção industrial sem influência de um fator pontual para cima ou para baixo”, explicou o economista do IBGE André Macedo, referindo-se à greve dos caminhoneiros que afetou a produção nos meses anteriores.

“Estamos em uma recuperação industrial devagar, mas que não repõe o passado, seja por fatores internos ou externos. Temos ambiente com queda de exportações para a Argentina, desemprego elevado, nível de confiança baixo e outras coisas”, completou.

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O único resultado positivo em julho entre as categorias econômicas e que evitou uma queda maior veio dos Bens Intermediários. Com peso de 55% a 60% na pesquisa, esse grupo cresceu 1% em julho sobre o mês anterior.

Por outro lado, os dados do IBGE apontaram que os Bens de Capital, uma medida de investimento, contraíram 6,2% no mês, em relação a junho.

A fabricação de Bens de consumo semi e não duráveis e de Bens de consumo duráveis também teve contração em julho, respectivamente de 0,5% e 0,4%.

Entre os ramos pesquisados, dez dos 26 apresentaram queda, com destaque para veículos automotores, reboques e carrocerias (-4,5%) – setor pressionado pela crise na Argentina, importadora de veículos brasileiros – e produtos alimentícios (-1,7%).

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Crescimento lento – A economia brasileira vem mostrando ritmo lento de crescimento, com o ambiente de incerteza, seja do lado da atividade, seja do lado político, freando o ímpeto de investimento e de consumo.

No segundo trimestre, a indústria registrou contração de 0,6%, em um período abalado pela greve dos caminhoneiros no final de maio, contribuindo para que o Produto Interno Bruto (PIB) do País registrasse crescimento de apenas 0,2% sobre os três meses anteriores.

Na última pesquisa realizada pelo Banco Central com economistas, a expectativa para a expansão da indústria neste ano foi reduzida a 2,43%, de 2,61%, com a estimativa para o PIB em 1,44%. (Reuters)

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