Araxá, no Alto Paranaíba, sediará a primeira edição do Mundial do Queijo do Brasil. O evento, que ocorrerá de 8 a 11 de agosto, é considerado fundamental para a divulgação do Queijo Minas Artesanal (QMA) e para a capacitação dos produtores. O mundial contará com concurso de variados tipos de queijos, para o qual são esperadas inscrições de 1 mil produtos nacionais e internacionais. O evento será realizado pelo Guilde Internationale des Fromagers e SerTãoBras.
De acordo com o analista do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Alessandro Henrique de Souza, o evento ocorrerá nos moldes do Mondial du Fromage, que aconteceu em Tours, na França, em junho. Este premiou os melhores queijos do mundo, e o Brasil conquistou 56 medalhas, entre superouro, ouro, prata e bronze, competindo com 950 queijos de 40 países. Somente os queijos de Minas Gerais conquistaram 51 medalhas.
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“Em função dos bons resultados dos queijos brasileiros, principalmente dos mineiros, no concurso realizado na França, a organização do evento achou importante realizar uma edição no Brasil e Araxá foi escolhido para sediar o Mundial pelas medalhas já conquistadas no concurso francês e pela estrutura apropriada para receber o público. É uma forma de valorizar o Brasil e a produção de queijos”, explicou.
Araxá é uma das regiões de Minas Gerais reconhecidas como produtora do Queijo Minas Artesanal. A região queijeira de Araxá é composta por 11 municípios: Campos Altos, Conquista, Ibiá, Pedrinópolis, Perdizes, Pratinha, Sacramento, Santa Juliana, Tapira e Uberaba, além de Araxá. A produção de leite nos municípios integrantes gira em torno de 1 milhão de litros ao dia, sendo que, desse volume, 40% são destinados à produção de queijo.
No concurso que será realizado durante o Mundial do Queijo do Brasil serão avaliados diversos tipos de queijos e outros produtos lácteos do Brasil e do mundo. Até o momento, já foram inscritos 600 produtos. A expectativa é de que a maioria dos queijos seja de Minas Gerais. A projeção é receber em torno de 1 mil inscrições.
No evento, haverá uma feira de negócios na qual serão comercializados queijos produzidos no Estado, desde que os mesmos sejam legalizados e possuam algum registro que garanta a segurança alimentar. Serão 40 estandes com produtos variados. Também haverá um espaço voltado para gastronomia.
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Além do concurso e da feira, o Mundial do Queijo do Brasil contará com palestras e cursos para a capacitação de produtores, técnicos e profissionais envolvidos com a cadeia produtiva do queijo.
“O evento tem o objetivo de levar informação ao produtor de queijos, principalmente, aos pequenos, que, muitas vezes, não têm como acessar. As palestras e cursos terão o propósito de orientar os produtores em relação à valorização dos queijos e a entender como promover a agregação de valor”, destacou Souza.
Vitrine – A expectativa é que, nos próximos anos, sejam realizadas mais edições do Mundial no Brasil. Receber o evento em Minas Gerais é considerado um importante avanço para a cadeia produtiva, que ainda enfrenta diversas barreiras, principalmente, em relação à legislação. Também é uma chance de apresentar a qualidade e a variedade de produtos mineiros para o público internacional.
“A realização do Mundial em Minas Gerais mostra a força dos queijos no Estado, a importância do produto para a economia. Com a conquista de medalhas na França, nas últimas três edições do mundial, os produtores mineiros conseguiram avanços importantes na legislação, como o Selo Arte, por exemplo. Mas ainda se tem um longo caminho a percorrer para conquistar e ampliar o mercado, principalmente, para podermos exportar o queijo, o que ainda não foi conquistado pelo setor”, disse o analista do Sebrae.
Festival gera R$ 1 milhão em negócios
A terceira edição do Festival do Queijo Minas Artesanal, promovido pelo Sistema Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Sistema Faemg) e Sebrae Minas, em 27 e 28 de julho, na Serraria Souza Pinto, superou as expectativas. Durante os dois dias, foram vendidos 2.300 queijos, ou cerca de duas toneladas. O festival movimentou R$ 1 milhão em negócios. E os 50 expositores comemoraram as vendas de queijos e de outros produtos mineiros, como azeites, cafés, cachaças, vinhos, cervejas, geleias, pimentas, doces, temperos e artesanatos.
“Hoje, há uma demanda crescente dos consumidores por produtos artesanais. O momento é favorável ao setor”, diz o superintendente-técnico da Faemg, Altino Rodrigues Neto. “Por causa dos contatos realizados no festival, terei que aumentar a produção em mil quilos por mês”, afirma o produtor Alexandre Honorato, de Araxá.
“Os queijos acabaram no primeiro dia. Um grupo de produtores teve que ir de madrugada à Canastra buscar mais para atender à demanda do domingo”, conta a gerente-técnica da Associação dos Produtores de Queijo Canastra (Aprocan), Valéria Rodrigues. Segundo ela, as vendas triplicaram na comparação com o festival de 2018.
Maior adesão – Nove mil pessoas passaram pela Serraria, público 13% maior que o estimado pela organização do festival. Os cardápios elaborados pelos sete chefs convidados para representar cada uma das regiões demarcadas do Estado – Araxá, Campo das Vertentes, Canastra, Cerrado, Serra do Salitre, Serro e Triângulo – agradaram o paladar dos visitantes: foram vendidos 5,5 mil pratos nos dois dias.
Aproximadamente 200 pessoas participaram dos workshops promovidos durante o evento. Foram 12 horas de programação. Já o Seminário dos Queijos Artesanais de Minas Gerais, em 25 e 26 de julho, reuniu 180 participantes ligados à atividade queijeira. (Da Redação).