Argentinos trocam a cultura do milho pela soja para reduzir despesas
5 de setembro de 2019 às 0h03
Buenos Aires – Produtores argentinos, ansiosos em meio a um cenário político obscuro e uma turbulência econômica, têm se voltado para a soja, ao invés do milho, mais caro, para cortar cursos, uma mudança que pode impactar a colheita da próxima temporada em um dos principais exportadores globais de grãos.
Os fazendeiros dizem que a situação econômica volátil da Argentina e a probabilidade de uma nova administração ao final do ano, após o presidente Mauricio Macri ter sido esmagado em eleições primárias, significam que a soja parece uma aposta menos arriscada que o milho.
Os custos para produção de milho estão em cerca de US$ 500 por hectare, cerca de 70% mais que os da soja, disseram consultores locais, uma vez que o cereal exige mais investimento em fertilizantes e novas sementes.
A tendência pode pesar sobre a colheita de milho da Argentina em 2019/20 e elevar a produção de soja, disseram analistas.
O país, agora no começo da temporada de plantio, é o maior exportador global de soja processada e o terceiro em exportações de milho, atrás do Brasil e dos Estados Unidos.
O diretor da consultoria Agritrend, Gustavo López, estimou que os agricultores provavelmente reduzirão a área destinada ao milho nesta temporada em 200 mil hectares, para 6 milhões de hectares. Já a soja, que avançaria sobre essa área, atingiria 17,7 milhões de hectares. (Reuters)