A cadeia do café é composta por vários elos, e um deles, os mestres de torra, vai ganhar destaque com o projeto Café dos Mestres. A iniciativa tem o objetivo de lançar cafés especiais selecionados e torrados por profissionais que são referência do mercado de torra. Além de contribuir para a valorização do café nacional, consumidores poderão conhecer a história dos mestres e o trabalho desenvolvido, desde a seleção dos melhores grãos até a finalização do produto.
O projeto foi idealizado pelos irmãos mineiros Thiago Araújo e Lucas Araújo. Thiago explica que, após estudar e avaliar o mercado do café, percebeu que o setor destaca a região de produção e o cafeicultor, mas, em um mercado tão concorrido, o mestre de torra ainda não tinha espaço.
Com essa brecha para atuar no mercado e fazer um trabalho diferenciado, foi convidado o engenheiro químico com habilitação em alimentos, profissional do café e mestre de torra, Jack Robson, também mineiro, reconhecido por associações nacionais e internacionais, para ser o embaixador do projeto e um tipo de consultor que os ajudasse a conceituar um novo produto que, além de saboroso, tivesse excelência e lastro.
Através do trabalho, foi criado um grupo com dez mestres de torra que possuem ampla experiência. São profissionais de Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo, Alagoas, Recife, Rio de Janeiro e Paraná. Juntos, elaboraram um café colaborativo.
De acordo com Thiago Araújo, o objetivo do projeto é mostrar para o consumidor quem é o mestre de torra e a importância dele para que se tenha um processamento correto e um café de alta qualidade no final de todo o processo. Além disso, com o trabalho, também é esperada a maior valorização do café brasileiro e geração de renda.
“O objetivo do Café dos Mestres é enaltecer os mestres. Esse trabalho colaborativo de pensar e produzir é pioneiro no Brasil, e acreditamos que dará certo”, explicou Thiago.
Todo o processo de elaboração do café foi realizado em um laboratório do projeto, em São João del-Rei. Lá foram feitas as experimentações, análises, definição de perfis e coleta de dados.

Vendas físicas – A expectativa é de começar as vendas físicas do café colaborativo já no próximo mês. A princípio, será atendido o mercado do Sudeste brasileiro, mas a tendência é expandir para todo o País e exportar.
A compra do café também pode ser feita pelo site do projeto. As embalagens de 250 gramas custam R$ 32. O café colaborativo tem três versões: Single 01, Single 02 e Blend, que são produzidas conforme a demanda do mercado.
“A gente está trabalhando, inicialmente, priorizando as torras sempre frescas, feitas pelos mestres, por isso, produzimos conforme a demanda para preservar a qualidade final do produto”.
Ao longo do ano, serão lançadas também edições especiais desenvolvidas por cada mestre do projeto. O objetivo é mostrar o trabalho de cada um, os cafés diferentes produzidos nas mais variadas regiões e trabalhados com técnicas de cada mestre. Em março, está previsto o lançamento de drips para o setor de hotelaria.
Para o engenheiro químico com habilitação em alimentos, profissional do café e mestre de torra Jack Robson, as expectativas são muito boas.
“Estamos dando o pontapé inicial para destacar mais a profissão do mestre de torra, que ainda não é tão valorizada, principalmente, pelo consumidor não conhecer. Com essa iniciativa, vamos mostrar ao consumidor a importância do mestre de torra, que tem o papel de fazer as conduções químicas para que o café chegue às xícaras com aroma e sabores. Estamos muito empolgados com esse projeto, que é inovador e reúne importantes mestres de torra sem o intuito de competição e sim com troca de informação para desenvolver um trabalho colaborativo”, disse.
Os grãos do Café dos Mestres são provenientes da Fazenda Samambaia, produtora há cerca de 30 anos, que fica em Campo das Vertentes. A propriedade, que tem produção própria, fez uma seleção de grãos especiais que, dentro do contexto desse primeiro encontro entre os mestres, resultou em três primeiros produtos: Single 01, Single 02 e Blend.