China e dólar impulsionam exportação
18 de maio de 2019

São Paulo – A comercialização de soja do Brasil, que andava a passos lentos, disparou, nos últimos dias, com maior demanda da China, preços e prêmios nos portos pelo produto brasileiro fortalecidos e um dólar acima de R$ 4, conforme relatos do mercado.
Um volume de pouco mais de 5 milhões de toneladas de soja para exportação, equivalente a uma centena de navios, rodou no mercado para embarques em junho, julho e agosto, de acordo com relatos colhidos pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), disse o pesquisador Lucílio Alves à Reuters.
O estopim para essa forte negociação de soja do Brasil, o maior exportador global da oleaginosa, foi o fracasso das negociações comerciais entre China e Estados Unidos, na semana passada, que traz mais demanda pelo produto brasileiro.
Essa demanda adicional veio em um momento em que o dólar atingiu o maior valor em mais de sete meses, o que torna mais barata a importação.
“Deu uma virada importante, interessante. Aí o dólar barateia a importação e a guerra comercial desloca a demanda para cá”, disse Alves.
Preços melhores – O mercado estava fraco após a China ter buscado menos soja no Brasil no primeiro quadrimestre, conforme dados da agência marítima Cargonave divulgados esta semana. Mas, também nesta semana, os negócios foram impulsionados tanto pelos preços melhores, que geraram mais interesse de vendas, quanto pelo interesse de compra chinês.
Ele lembrou que o preço para embarque em Paranaguá (PR), importante porto de exportação, subiu de 326,48 dólares/tonelada no início de maio, para 345,68 dólares/tonelada na quinta-feira (FOB), para embarque em junho.
Ao mesmo tempo, os prêmios para exportação em junho atingiram US$ 1 por bushel sobre o contrato de julho da bolsa de Chicago, maior valor desde o início de dezembro de 2018 e mais que o dobro do visto no início do mês, apesar de a cotação no mercado norte-americano ter subido mais de 6% nesta semana.
“Nos últimos dez dias, tivemos mais movimentação tanto para o mercado interno como para exportação. Os chineses voltaram mais, fazendo contratos para junho, julho e agosto”.
Segundo a T&F Consultoria, o Brasil negociou mais de 700 mil toneladas de soja só na quinta-feira (16), sendo a metade do produto de Mato Grosso.
“Mas é possível que tenha sido um pouco mais. ‘O mercado está muito frenético nesta semana’, foi o que mais ouvimos”, disse Luiz Pacheco, da T&F. (Reuters)

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