Cunicultura é boa opção para produtor

20 de janeiro de 2021 às 0h26

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Crédito: Pixabay

A criação de coelhos pode ser uma boa opção para diversificar a produção e obter maior renda.  De fácil manejo, a tendência é de crescimento da produção devido aos benefícios da carne e de um mercado consumidor em desenvolvimento e que paga um valor agregado pelo produto. Com alta produtividade e ciclo curto, a cunicultura pode ser desenvolvida juntamente com outras atividades. 

De acordo com a zootecnista da Secretaria de Agronegócio da Prefeitura de Uberaba e professora da Faculdades Associadas de Uberaba (Fazu), Renata Soares Serafim, em Minas Gerais, hoje, a criação de coelhos está aquém do potencial. Um dos principais entraves é a falta do hábito de consumo da carne de coelho, que não está inserido na cultura alimentar. 

“No Estado, estamos inseridos em um contexto muito zebuíno, dominando, principalmente, a produção de bovinos de corte. A produção de coelhos é uma alternativa para o produtor que já cria bovinos, caprinos ou outros animais e tem espaço para explorar uma nova atividade”, explica.

Ainda segundo Renata, a cunicultura tem como uma das principais vantagens o ciclo curto, que inclui rápido intervalo de reprodução e de ganho de peso. A espécie também é conhecida pela prolificidade. Uma fêmea gera de 8 a 12 filhotes (láparos) por gestação, com cinco crias por ano. O animal atinge sua maturidade para o acasalamento aos seis meses de idade. 

“Com 75 a 90 dias, os coelhos já atingem o peso ideal para abate, que é de 2,20 quilos a 2,5 quilos. Então, a produtividade é alta, considerando que se coloca entre quatro e cinco animais por metro quadrado, gera uma produção de carne bem expressiva”, afirma. 

Outra vantagem é que a criação pode ser desenvolvida associada a outras produções, como a bovinocultura de corte, leite, suínos, frangos entre outros, desde que haja espaçamento correto entre as atividades. A produção também pode ser alternativa para a diversificação e maior geração de renda na agricultura familiar e associada a culturas agrícolas. 

Em expansão – De acordo com Renata, mesmo que ainda não inserida na cultura alimentar dos mineiros, a produção de coelhos está em pleno crescimento. A tendência é de que haja maior demanda nos próximos anos, uma vez que a carne é muito saudável e vem ganhando espaço no mercado. 

Estados como São Paulo e Rio de Janeiro já possuem maior demanda, assim como o mercado do Nordeste. A carne também proporciona retorno financeiro, já que é um produto de maior valor agregado e que atende a mercados mais exigentes. 

“A carne do coelho, analisando a questão nutricional, é superior às demais, principalmente no que se refere ao baixo colesterol. Além disso, a carne tem alto nível de proteína, igualando a cortes bovinos. Também possui alto teor de cálcio, ferro e fósforo. Acredito que a cunicultura vai crescer muito nos próximos anos”, destaca Renata. 

Em relação à produção, os últimos dados disponíveis sobre a criação de coelhos no Brasil são de 2012. Conforme o levantamento, Minas Gerais ocupa a quarta posição, com um volume anual de 14,8 mil cabeças e respondendo por 7,2% do volume nacional. O maior produtor é o Rio Grande do Sul, acompanhado de Santa Catarina e Paraná. 

Mercado de pets – Além da produção de carnes, a atividade também é considerada rentável para atender ao mercado de pets. 

“Os coelhos são muito dóceis, ocupam pouco espaço e geram poucos resíduos, sendo uma boa opção de pet. Os animais também são indicados para terapia de crianças com necessidades especiais”. 

De acordo com as informações da Faculdades Associadas de Uberaba (Fazu),  as raças mais difundidas comercialmente são Nova Zelândia, Califórnia, Chinchila, Azul de Viena, Rex (Cartorrex), Angorá e Gigante de Flanders. Alguns cruzamentos especiais são desenvolvidos para adaptação climática conforme a região onde será desenvolvida a criação. A escolha para produção deve levar em conta o produto final desejado – carne, pele, lã ou filhotes. No mercado, o quilo da carne é vendido de R$ 18 a R$ 40, dependendo do tipo de estabelecimento.

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