O Projeto Rural Sustentável – Cerrado (PRS Cerrado) está com três editais abertos para financiamento e estímulo a projetos que visam a práticas produtivas sustentáveis, pesquisas e capacitações técnicas.
Os processos seletivos, com inscrições até o dia 1º de março, têm o objetivo de promover a transição da produção para uma agricultura de baixa emissão de carbono e a construção de um legado de sustentabilidade no bioma.
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Ao todo, quatro estados serão abrangidos pelo projeto: Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
A coordenadora de campo do PRS – Cerrado, Marília Ramos, explica que o Projeto Rural Sustentável está na segunda fase.
A primeira foi realizada entre 2013/2019 e foi voltada para a Amazônia e a Mata Atlântica. Essa fase teve o objetivo de mitigar os gases que provocam o efeito estufa e também diminuir a desigualdade de renda, atingiu dez municípios mineiros, localizados na região do Jequitinhonha.
No total, 300 produtores foram aprovados e puderam implantar tecnologias de baixo carbono. Foram formadas 60 propriedades-modelo e realizados 60 dias de campos e oficinas.
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“A fase dois será no Cerrado, e Minas vai poder aproveitar novamente. Atuamos em 25 municípios em Minas, distribuídos nas regiões do Triângulo, Noroeste, Central e Sul de Minas. Nosso objetivo principal, novamente, é mitigar os gases de efeito estufa, promovendo as tecnologias de baixa emissão no campo”, explicou Marília.
Um dos editais, o do “Programa de Apoio a Projetos de Pesquisa e Desenvolvimento” vai destinar R$ 2 milhões a instituições de ensino e pesquisa para impulsionar a geração de conhecimento.
O objetivo é fortalecer a massa crítica de instituições de ensino, pesquisa e desenvolvimento (P&D) e pesquisadores atuantes nos estados abrangidos pelo PRS – Cerrado.
Bolsas de estudo, peças de reposição de equipamentos, passagens e diárias são algumas das despesas que podem ser custeadas por meio do benefício financeiro disponibilizado.
Segundo Marília, no edital de apoio a projetos de pesquisas, três grandes temas irão nortear os estudos: a agricultura de baixa emissão, a sustentabilidade no agronegócio e a inovação tecnológica.
“Pesquisadores que querem desenvolver estudos nesses temas são bem-vindos a submeter as propostas. Serão R$ 2 milhões destinados a esse edital, sendo R$ 500 mil para cada estado. O valor será distribuído em, pelo menos, dois projetos estaduais. Estamos incentivando a formação de consórcios de pesquisas e desenvolvimento com ONGs e instituições para fortalecer as redes e dar maior continuidade aos trabalhos”.
Oportunidade para os produtores
Outro edital é para a “Seleção Integrada de Organizações Socioprodutivas (OSPs) e Unidades Multiplicadoras (UMs)”.
Este projeto irá selecionar 26 organizações de produtores e 3.000 propriedades rurais que tenham interesse na implementação de sistemas de Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF), entendidos pelo PRS – Cerrado como sinônimo de Sistemas Agroflorestais (SAFs), e a Recuperação de Pastagens Degradadas (RPD).
A partir dessas tecnologias, a chamada tem o objetivo de contribuir com o desenvolvimento rural sustentável no bioma, aumentar a eficiência do uso da terra, a produtividade e incrementar a geração de renda entre pequenos e médios produtores rurais.
“Nesta chamada, Minas Gerais terá seis organizações beneficiadas, sendo duas em cada região. Em cada região, será selecionada uma organização com foco em pequenos produtores e outra voltada para médios produtores. A previsão é que as organizações de pequenos produtores recebam cerca de R$ 350 mil em investimentos e as de médio receberão R$ 450 mil, superando R$ 2 milhões a serem investidos e distribuídos nesse projeto”.
Extensão rural
O terceiro edital é para a pré-qualificação de instituições de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater). Este processo irá identificar e pré-qualificar instituições que atuem, ou que desejam atuar, nos temas gerenciais e técnicos previstos no PRS – Cerrado.
Esse edital oferece a oportunidade para que instituições e agentes se capacitem em diversas áreas, como tecnologias de baixa emissão de carbono, além de poderem contribuir com a inovação na produção rural promovendo práticas integradas e sustentáveis.
“Nosso objetivo é selecionar empresas que prestam a assistência técnica e a extensão rural. Vamos dar cursos para essas instituições, incluindo, por exemplo, a ILPF, tecnologias a serem implantadas, parte gerencial e técnicas de baixa emissão de carbono. Isso é importante para que os técnicos auxiliem os produtores e contribuam para uma produção mais sustentável”, disse Marília.