Exportação de ovos não compensa o aumento nos custos da avicultura

30 de outubro de 2021 às 0h30

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De janeiro a setembro, os embarques de ovos e derivados do Estado cresceram 564% em volume, com o envio de 1,48 mil toneladas | Crédito: Divulgação

A alta dos custos de produção tem comprometido a rentabilidade da avicultura de postura. Mesmo com o aumento das exportações, o que ajuda a equilibrar a oferta excessiva de ovos, o volume ainda é insuficiente para manter os preços em patamares rentáveis.

Com isso, produtores acumulam prejuízos. No Estado, de janeiro a setembro, os embarques de ovos e derivados cresceram 564% em volume, com o envio de 1,48 mil toneladas. Em faturamento, a elevação foi de 38,2%, com a movimentação de US$ 1,5 milhão. 

De acordo com o conselheiro da Associação dos Avicultores do Estado de Minas Gerais (Avimig), Aulus Sávio Corrêa Assumpção, as exportações são importantes para o setor, porém, o volume embarcado ainda é muito pequeno. Com isso, mesmo com os resultados positivos nos embarques, a movimentação é insuficiente para controlar a oferta e manter os preços em níveis rentáveis para os avicultores.

“O cenário do setor de ovos é de prejuízo há mais de um ano, obrigando os produtores a uma redução de alojamento e busca por novos mercados através da exportação para equilibrar a oferta excessiva de ovos no mercado interno e conseguir preços que remunerem a atividade”, explica.

Segundo Assumpção, somente as exportações não são suficientes para promover a retomada das margens do setor, o que virá apenas com a volta da geração de empregos, aumento do consumo e redução dos preços das matérias-primas, que apresentam altas significativas desde o ano passado.   

“As exportações de ovos ainda são insuficientes para, sozinhas, ser a solução para reverter o quadro de prejuízo do setor. Precisamos da volta do emprego para aumentar a capacidade de consumo, da redução do preço de matéria-prima, milho, farelo de soja, embalagens e redução da produção. Porém, não vejo que estes movimentos acontecerão ao mesmo tempo, pois, uma recuperação do emprego necessariamente não virá com redução de custos e com redução de produção”.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ao longo do segundo trimestre de 2021, frente a igual período do ano anterior, foi registrada alta de 6,3% na produção de ovos de galinha em Minas Gerais, totalizando 88,1 milhões de dúzias. O efetivo de galinhas poedeiras, no último dia do mês de junho, estava em 15,7 milhões de cabeças, volume 5,4% superior. 

“O setor se preparou para abastecer o mercado de ovos na pandemia, porém, o aumento do custo acima da capacidade do consumidor nos levou a esta situação de prejuízo. E assim, a rentabilidade da avicultura de postura está ainda distante de acontecer”, destaca.

Os prejuízos acumulados pelo setor têm como um dos fatores a alta dos grãos nos últimos anos. Além disso, também subiram insumos importados, por conta do dólar, e materiais de embalagens. 

Peso dos grãos

No caso dos grãos, que estão entre os principais componentes dos custos do setor, os dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) mostram que a saca de 60 quilos de soja, em 28 de outubro deste ano, estava em torno de R$ 172,17, sendo que em igual período do ano anterior, o mesmo volume era negociado a R$ 163 e em 28 de outubro de 2019, a R$ 87,57. 

No caso do milho, a cotação, em outubro de 2019, era de R$ 42,74, um ano após chegou a R$ 82,87 e está em atuais R$ 86,89.

Segundo os dados disponíveis no site da Avimig, o preço médio da caixa de ovos com 30 dúzias, em outubro de 2019, era de R$ 70,18, passou para R$ 120 em outubro de 2020 e hoje está em torno de R$ 110. 

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