Exportações da agropecuária recuaram 11% em agosto

13 de setembro de 2019 às 0h04

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Aprosoja confirmou continuidade de atividades no campo | Crédito: Paulo Whitaker/Reuters

São Paulo – As exportações do agronegócio do Brasil tiveram redução de 11% em agosto ante o mesmo período do ano passado, para US$ 8,27 bilhões, com uma menor demanda da China por soja pesando sobre os números brasileiros.

De acordo com dados divulgados ontem pelo Ministério da Agricultura, a queda das exportações em geral foi resultado, principalmente, do recuo dos preços médios dos produtos (-7,2%), além da redução da quantidade embarcada (-4,1%).

No caso da soja, principal produto de exportação do Brasil, a China reduziu as compras para 4,1 milhões de toneladas, menos 2,8 milhões de toneladas ante agosto de 2018, segundo dados da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais (SCRI) do ministério.

“Deve-se ressaltar que a queda nas exportações de soja em grão à China foi idêntica à queda para o mundo”, diz a nota do ministério.

Ao todo, as exportações de soja do Brasil recuaram para 5,3 milhões de toneladas no mês passado, ante 8,12 milhões em agosto do ano passado.

O país asiático, maior importador global de soja, está comprando menos neste ano por conta do impacto da peste suína africana nas criações, que reduz a demanda pela matéria-prima de ração.

No ano passado, no ápice da guerra comercial EUA-China, os chineses voltaram-se fortemente ao Brasil, maior exportador do produto.

Mesmo com as reduções, a participação dos produtos do agronegócio aumentou no total das exportações brasileiras, chegando a 44,1%.

“Tal efeito ocorreu em virtude da queda mais pronunciada nas exportações dos demais produtos que não são do agronegócio. Esses produtos tiveram redução de 14,5%, portanto, uma queda superior aos 11% das exportações do agronegócio brasileiro”, disse a nota.

De outro lado, conforme a Reuters informou mais cedo no mês, as exportações de milho atingiram um recorde, ajudando a minimizar a redução nos embarques de soja.

Os embarques do cereal, que somaram 7,6 milhões de toneladas, renderam ao país 1,34 bilhão no período (+169,2%)

Os cinco principais países importadores de milho brasileiro, no mês, foram Egito (894,3 mil toneladas), Irã (885 mil toneladas), Japão (831,7 mil toneladas), Espanha (798,1 mil toneladas) e Vietnã (633,6 mil toneladas).

O algodão foi outro produto com destaque nas exportações com incremento nas vendas de 51%, com US$ 66 milhões e embarques de 41 milhões de toneladas (71%).

Outro setor com ganho real foi o café (verde e solúvel) que registrou aumentou de 6,9% ou US$ 404 milhões e 187 mil toneladas vendidas no exterior (+30%).

No complexo sucroalcooleiro, o etanol teve desempenho favorável passando de US$ 117,35 milhões, em agosto de 2018, para US$ 161,75 milhões em agosto deste ano (+37,8%). (Reuters)

China intensifica compra de soja dos EUA

Chicago – Importadores chineses compraram ao menos dez carregamentos de soja dos Estados Unidos ontem, a aquisição mais significativa pelo menos desde junho, disseram operadores, em movimento às vésperas de negociações de alto nível entre os dois países marcadas para o mês que vem, que visam encerrar a guerra comercial bilateral que já dura mais de um ano.

As compras de soja, que totalizam ao menos 600 mil toneladas, têm previsão de embarques a partir de terminais portuários do Noroeste do Pacífico entre outubro e dezembro, disseram dois operadores com conhecimento direto dos negócios.

As aquisições são outra indicação de que as tensões comerciais entre Washington e Pequim podem estar mais leves após atingirem um ápice no mês passado, quando a China suspendeu todas as compras de produtos agrícolas dos EUA em resposta a ameaças do presidente norte-americano, Donald Trump, de impor mais tarifas sobre bens chineses.

As exportações de soja dos EUA para a China, maior compradora mundial do produto, despencaram durante a disputa, com os amplos estoques levando os preços para mínimas de quase uma década e fazendo com que os agricultores norte-americanos enfrentassem dificuldades para lucrar.

Os contratos futuros da soja em Chicago, valor de referência para a oleaginosa, saltaram para máximas de um mês ontem.

Projeções – A safra de soja dos Estados Unidos em 2019/20 foi estimada pelo Departamento de Agricultura dos EUA (Usda) em 3,633 bilhões de bushels, ante 3,577 bilhões na previsão do mercado.

A projeção, contudo, veio ligeiramente abaixo da estimativa divulgada em agosto (3,68 bilhões de bushels).

Já a safra de milho norte-americana em 2019/20 foi prevista em 13,799 bilhões de bushels, ante 13,672 bilhões na expectativa do mercado. O número, entretanto, também veio abaixo da projeção de agosto (13,901 bilhões de bushels).

O órgão do governo dos EUA manteve as previsões de safras de soja e milho do Brasil em 123 milhões de toneladas e 101 milhões de toneladas, respectivamente. (Reuters)

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