São Paulo – A Fertilizantes Heringer informou ontem que, após um aumento de capital, os grupos russos Uralkali e Uralchem serão titulares de ações que representarão o controle da companhia.
Segundo acordo anunciado, o controlador da Heringer celebrou carta de intenção vinculante que prevê subscrição de novas ações ordinárias pelos grupos, segundo fato relevante.
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Se concretizado, o acordo pode ampliar a competição no mercado brasileiro de fertilizantes, dominado pelas gigantes globais Yara e Mosaic. O Uralkali é um grupo produtor e exportador de fertilizantes à base de potássio, enquanto Uralchem é produtor e exportador de nitrogênio e fertilizantes complexos.
O Brasil, uma potência agrícola, consumiu um recorde de 35,5 milhões de toneladas de fertilizantes em 2018, tendo importado cerca de 77% do total.
A Heringer, em recuperação judicial, afirmou que o acordo com o acionista controlador, Heringer Participações, prevê subscrição de ações pelos investidores a R$ 2 por papel em aumento de capital de até US$ 115 milhões.
O valor por papel representa um prêmio em relação à cotação de fechamento da última sexta-feira, de R$ 1,90. Nesta segunda-feira, as ações da Heringer chegaram a subir 23,68%, na máxima da sessão, a R$ 2,35, antes de entrarem em leilão.
Segundo o fato relevante, os investidores se comprometeram a subscrever a totalidade das ações não subscritas por outros acionistas, em decorrência do exercício de seus respectivos direitos de preferência, e o acionista controlador também cede seus direitos de subscrição.
Dessa forma, o investimento a ser feito pelos investidores será de, no mínimo, US$ 59 milhões, dependendo do câmbio.
Alternativamente, disse a Heringer, os grupos russos poderiam adquirir ações de emissão da companhia representativas de, pelo menos, 51,5% do capital social votante da companhia de titularidade do acionista controlador, pelo valor de R$ 2 por ação e, posteriormente, subscrever ações em aumento de capital da companhia.
Segundo informações do site da Heringer, o controlador detém 51,48% de participação na empresa, enquanto a OCP, do Marrocos, conta com 10%, e a canadense PCS tem 9,5%. (Reuters)