Mais frigoríficos do País devem exportar para asiáticos

25 de outubro de 2019 às 0h04

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Crédito: Divulgação

São Paulo – O Brasil está confiante de que autoridades chinesas irão conceder autorizações para mais exportadores brasileiros de carne antes que o presidente do país asiático, Xi Jinping, visite o Brasil no próximo mês, de acordo com um vídeo publicado no Twitter pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina, ontem.

Ao final de sua segunda viagem à China, Tereza disse também que houve discussões com autoridades chinesas a respeito de açúcar, algodão e etanol do Brasil. “Temos mais habilitações (de frigoríficos), que devem acontecer nesse intervalo de dias, entre a visita do presidente (Jair) Bolsonaro e a visita do presidente Xi Jinping ao Brasil”, disse ela.

Em setembro, a China concedeu licenças de exportação a 25 plantas de frigoríficos do Brasil, permitindo que a crescente indústria de proteínas do País possa abastecer mais pessoas na nação asiática, onde um surto de peste suína africana prejudicou a oferta local.

“Hoje o mercado de carne está em ebulição aqui. A necessidade é muito grande, então aqueles frigoríficos que estão preparados, que estão dentro dos protocolos para exportar para a China, todos terão oportunidade, tamanha é a necessidade e a vontade de importar carne do Brasil”, afirmou a ministra.

Frigorífico Minerva – O frigorífico Minerva vai se tornar sócio da empresa chinesa JoeyFoods para distribuir carne bovina diretamente no gigante asiático. O surgimento da joint-venture, da qual a Minerva terá 51%, seria formalizado ainda ontem, durante visita do presidente Jair Bolsonaro à China.

É a primeira vez que uma empresa brasileira atuará na distribuição de carne bovina na China. O Minerva é o terceiro maior frigorífico brasileiro, depois de JBS e Marfrig.

Segundo o diretor financeiro Edison Ticle, o objetivo da companhia, que já exporta para o país, é se apropriar da margem de lucro do negócio da distribuição, que pode chegar a 10%. No Brasil, varia de 3% a 5%.

Por causa da peste suína, que dizimou 40% do rebanho de porcos chinês, os preços de todas as carnes – bovina, frango e suína – estão batendo recordes na China. Desde o início do ano, a alta chega a 30% na carne bovina. “Com o aumento da renda e a ocidentalização dos hábitos, os chineses estão consumindo cada vez mais carne bovina. A peste suína só acelerou esse processo”, diz Fernando Queiroz, presidente do Minerva.

O investimento do Minerva no negócio é baixo – cerca de US$ 7 milhões para capital de giro – e o principal foco é aprender com o parceiro o know-how de como operar no mercado chinês.

As empresas brasileiras têm bastante dificuldade de atuar na China por causa do idioma, da expressiva participação de estatais e da exigência de sócio local em alguns setores. No início do mês, a China comemorou 70 anos da revolução comunista.

A Embraer, por exemplo, chegou a ter uma fábrica de jatos em Harbin, no norte do país, em conjunto com um parceiro chinês. Mas acabou desistindo do negócio e fechou a unidade. (Reuters/Folhapress)

Governo busca ampliar mercado para o farelo de soja

São Paulo – A exportação de farelo de soja do Brasil para a China exige mais negociação, mas as conversas estão em andamento, disse ontem a ministra da Agricultura brasileira, Tereza Cristina, que está em visita ao país asiático.

A China é o maior importador global de soja do mundo e o principal cliente do Brasil, o maior exportador global da oleaginosa em grãos.

Mas os embarques de farelo de soja brasileiro ao gigante asiático são inexpressivos, uma vez que os chineses preferem importar a matéria-prima do produto para a produção de ração.

Protocolos – Em nota, o Ministério da Agricultura do Brasil afirmou ontem que estão sendo acertados protocolos para exportação de farelo de algodão e de farelo de soja aos chineses, “mas essa negociação exige mais conversas entre as equipes técnicas dos dois países”.

“Temos também, na área de produtos vegetais, um encaminhamento do protocolo de farelo de algodão, de farelo de soja – que está um pouco mais complicado, mas em andamento”, disse a ministra, sem elaborar, em vídeo publicado no Twitter.

Enquanto as exportações de soja do Brasil à China somaram 68,6 milhões de toneladas em 2018, os embarques de farelo de soja, um produto de maior valor agregado, somaram apenas 90 mil toneladas, aproximadamente, segundo dados do governo.

A indústria de soja do Brasil já negocia há um tempo um acordo para exportar mais farelo de soja aos chineses.

Argentina em vantagem – Enquanto isso não ocorre, a Argentina, maior exportadora global de farelo de soja e de óleo de soja, obteve em setembro a habilitação de sete processadoras para exportar farelo à China.

Procurada, a Abiove, associação da indústria de soja do Brasil, não comentou o assunto imediatamente.

Ao final de sua segunda viagem à China, a ministra disse também que houve discussões com autoridades chinesas a respeito de açúcar, algodão e etanol do Brasil. (Reuters)

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