Melhor qualidade valoriza o café da nova safra, avalia a Cooxupé

10 de julho de 2020 às 0h10

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O clima favorável foi um fator que melhorou a qualidade do café da safra 2020 | Crédito: REUTERS/José Roberto Gomes

O clima favorável e os cuidados no pós-colheita estão contribuindo para uma melhor qualidade do café na safra 2020. De acordo com a Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), em Guaxupé, no Sul de Minas Gerais, a proporção de lotes classificados como de melhor qualidade pelos laboratórios da cooperativa representa um crescimento de 18% em relação ao volume registrado durante a safra anterior.

A melhor qualidade é fundamental para aumentar a remuneração do cafeicultor e para atuar em mercados mais exigentes.

Para a realização do trabalho de classificação, a Cooxupé mantém laboratórios em Guaxupé e Monte Carmelo, que são responsáveis pela manutenção do padrão e da qualidade do café produzido pelos mais de 15 mil cooperados.

Em média, as unidades recebem cerca de 1.500 amostras por dia, o que equivale a 100 mil sacas de 60 quilos de café.

Segundo o engenheiro agrônomo e gerente de Desenvolvimento Técnico da Cooxupé, Mário Ferraz de Araújo, ao longo da safra 2020 de café, o clima foi favorável, o que contribuiu para um ganho na qualidade.

Além disso, nos últimos anos, vem sendo desenvolvido um amplo trabalho de capacitação dos técnicos da Cooxupé, que são responsáveis por orientar os cafeicultores, que estão investindo cada vez mais no processo pós-colheita.

“A safra de melhor qualidade reflete na melhoria da renda do produtor, uma vez que são mais valorizados no mercado. A melhor qualidade permite também que a Cooxupé atinja mercados mais exigentes, possibilitando o fornecimento de café de melhor qualidade e mais fino para os diversos clientes, ampliando a carteira”, explicou.

Araújo lembra que, no ano anterior, a qualidade do café foi prejudicada pelo clima desfavorável. A safra 2020 tende a ficar nos mesmos patamares de qualidade da temporada 2018, quando houve uma alta produção com índice elevado de qualidade.

Especialíssimo – Com a safra indo bem até o momento, a expectativa é de que o concurso de qualidade realizado pela Cooxupé tenha maior participação dos cafeicultores.

De acordo com as informações da cooperativa, os cafés classificados como especiais terão a oportunidade de participar do Especialíssimo, o programa da Cooxupé que incentiva os cooperados à produção de cafés especiais.

A cada edição, são premiados os 50 melhores lotes (35 de natural e 15 de cereja descascado).

Participam da seleção os cafés avaliados acima de 83 pontos, concorrendo à premiação em dinheiro e à oportunidade de integrar o blend do Café Safra Especial 2020, edição limitada da cooperativa lançada sempre ao final do ano. Neste ano, o programa terá uma premiação geral acima de R$ 220 mil. O cooperado produtor do lote campeão receberá R$ 25 mil.

Em relação à colheita, o índice de conclusão está em 37%. Até o momento, mesmo com a pandemia do Covid-19, não foram registrados problemas nas áreas de atuação da Cooxupé. De acordo com Araújo, os cafeicultores estão adotando todos os cuidados para preservação da saúde dos envolvidos no processo e nas formas de evitar a contaminação pelo coronavírus.

“A colheita do café tem um papel relevante na geração de renda. Nesse período de pandemia, com várias atividades econômicas suspensas, a colheita tem um impacto social ainda mais importante, garantindo renda aos trabalhadores. Os produtores estão atentos às recomendações para evitar a contaminação pelo Covid-19 e adotando todos os cuidados. Seguimos, até o momento, sem problemas”.

Mesmo com o avanço da colheita, o mercado para o café segue com preços favoráveis, com a saca de 60 quilos cotada em torno de R$ 500, dependendo da qualidade. A manutenção dos valores neste patamar é considerada essencial para reduzir os prejuízos acumulados desde o ano passado, quando os preços do café estavam baixos.

Conforme a Cooxupé, para 2020, a tendência é haver um maior volume de café. A estimativa é por receber 5,5 milhões de sacas de café de 60 quilos de cooperados e mais 1,5 milhão de sacas de terceiros, somando 7 milhões de sacas de café. Deste volume, cerca de 5 milhões devem ser exportadas.

Governo abre inscrições para concurso

O governo de Minas Gerais anunciou a realização do 17º Concurso de Qualidade dos Cafés de Minas Gerais em 2020.

O lançamento foi feito pelo vice-governador, Paulo Brant, ontem, durante um seminário on-line sobre cafeicultura, promovido pela Emater-MG em parceria com o Conselho Nacional do Café (CNC). O tema do seminário foi “Funcafé e a colheita de 2020”.

Os produtores interessados em participar do concurso de café devem preencher a ficha de inscrição e entregar as amostras concorrentes nos escritórios locais da Emater-MG até o dia 8 de setembro.

A solenidade de encerramento, com anúncio dos vencedores, será em dezembro. A participação é gratuita. O regulamento completo do concurso e a ficha de inscrição estão disponíveis no site da Emater-MG.

“O concurso valoriza a qualidade e a diversificação do café mineiro. Ele também tem um caráter educativo. Aquilo que é desenvolvido no processo para a obtenção da qualidade, que caracteriza o concurso, é repassado através dos extensionistas da Emater para todos os produtores”, afirmou Paulo Brant.

Podem participar da competição produtores dos municípios mineiros, com amostras de café arábica, tipo 2 para melhor, colhidas neste ano. A lavoura de origem da amostra deve ser georreferenciada. O concurso tem duas categorias. A primeira é a Café Natural.

Neste sistema, o café recém-colhido é levado para secar. A outra categoria é a do Café Cereja Descascado, Despolpado ou Desmucilado. Nestes tipos de café, após a lavagem, há uma separação dos frutos verdes e secos dos frutos maduros. Depois, eles passam por um descascador para só depois seguirem para secagem. No caso dos cafés despolpados e desmucilados, há ainda uma fase onde o produto passa por um tanque de fermentação.

A Emater-MG, vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), informa que, durante a realização das etapas do concurso, todas as orientações das entidades de saúde sobre medidas de prevenção ao Covid-19 serão seguidas e que, caso necessário, as datas poderão ser remanejadas por causa da pandemia. (Com informações da Emater-MG)

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