Projeto vai levar mudas de palmas resistentes a praga para produtores

16 de outubro de 2020 às 0h10

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Ao todo, 205 municípios pelo País serão beneficiados com a iniciativa, sendo 32 mineiros | Crédito: Divulgação/Codevasf

Produtores do semiárido mineiro, fortemente castigados pelos longos períodos de estiagem, podem se animar com mais uma conquista da ciência brasileira e mineira, especialmente. Uma parceria entre a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida) está propiciando a micropropagação de palmas forrageiras resistentes à praga Cochonilha do Carmim. As atividades, que incluem pesquisa e produção de mudas, estão sendo desenvolvidas pela Fundação Facev da Universidade Federal de Viçosa (Facev/UFV).

De acordo com a gerente de Apoio à Produção da Codevasf, Andrea Sousa, a palma é historicamente utilizada pelos produtores do semiárido brasileiro para alimentação dos rebanhos, principalmente em períodos de estiagem. Ela é amplamente cultivada na região devido às suas características de adaptação a solos rasos, deficientes em água e matéria orgânica. Apesar de robusta, a palma está sujeita ao ataque de pragas e doenças.

“Esse é um projeto de enorme importância, que vai beneficiar produtores em extrema vulnerabilidade. Os produtores serão selecionados dentro da área de abrangência do Projeto Dom Helder (realizado pelo Ministério da Agricultura). Eles deverão receber mudas provenientes dos viveiros de aclimatação. São mudas de alta performance, que praticamente não existem no mercado para a compra. Com essa variedade resistente, os produtores vão poder manter a produção mesmo em épocas de maior seca, mantendo a economia local ativa”, explica Andrea Sousa.

No total, 205 municípios serão beneficiados com a parceria, sendo 32 mineiros: Berizal, Bonito de Minas, Cachoeira de Pajeú, Comercinho, Cônego Marinho, Curral de Dentro, Fruta de Leite, Ibiracatu, Indaiabira, Itacarambi, Itinga, Jaíba, Januária, Juvenília, Lontra, Manga, Matias Cardoso, Medina, Miravânia, Montalvânia, Novorizonte, Padre Carvalho, Pedras de Maria da Cruz, Rio Pardo de Minas, Rubelita, Salinas, Santa Cruz de Salinas, São Francisco, São João das Missões, Serranópolis de Minas, Taiobeiras e Varzelândia. É possível que outras cidades ainda sejam incorporadas ao projeto ao longo do tempo.

Projeto – Para participar, além de atender algumas condições técnicas, o principal é que o produtor se comprometa em, um ano depois de receber a muda, fazer uma doação na mesma quantidade para outro produtor em situação de vulnerabilidade na sua região.

“Visamos à sustentabilidade da região. Se o produtor puder ficar na sua terra, ele não vai engrossar os bolsões de pobreza nas grandes cidades e vai promover o desenvolvimento regional, que é a missão da Codevasf”, destaca.

O projeto, que conta com investimentos da ordem de R$ 11,9 milhões, está na fase da multiplicação em laboratório. Em setembro, a equipe técnica da Área de Gestão dos Empreendimentos de Irrigação da Codevasf visitou locais de micropropagação de mudas no campus da UFV, na Zona da Mata mineira, acompanhada por consultoria externa do Mapa.

A expectativa é de que o ciclo completo do projeto dure três anos. As próximas fases incluem a capacitação dos produtores, a entrega das mudas a partir de um centro de distribuição regional e o acompanhamento técnico dentro das propriedades rurais selecionadas.

“É gratificante ver que a ciência está, efetivamente, chegando ao campo. Graças à pesquisa brasileira passamos de importadores para exportadores de alimento. O pequeno produtor ainda carece desse cuidado que estamos levando pra ele. Ele, que estava desassistido, está recebendo alta tecnologia. Viçosa trabalha com o que existe de mais moderno em micropropagação vegetal. É um grande ganho para a ciência, os produtores, a economia local e, também, para os consumidores”, afirma a gerente de Apoio à Produção da Codevasf.

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