Em maio, pelo quinto mês consecutivo, o preço do leite em Minas Gerais, referente à produção entregue em abril, apresentou alta no valor líquido – desta vez, de 1,69% -, com o litro sendo negociado, em média, a R$ 1,63. Na comparação com igual período do ano anterior, a valorização é de 15,6%. O aumento nos valores está atrelado à oferta reduzida e à demanda alta por parte da indústria. Os dados são do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
Com a oferta restrita, desde janeiro, o preço do leite no Estado já acumula alta de 16,6%. No primeiro mês do ano, o produtor recebeu R$ 1,38 pelo litro de leite e, em maio, recebeu R$ 1,63.
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De acordo com os pesquisadores do Cepea, assim com observado em Minas Gerais, na média Brasil também foi registrada elevação nos preços recebidos pelo pecuarista de leite. A média líquida nacional foi de R$ 1,51 por litro, valor que ficou 1,7% maior frente a abril. A média é calculada conforme resultados obtidos nos estados da Bahia, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Com o início do período seco, o que reduz a oferta de pastagem, a captação de leite ficou menor, fator que contribui para a valorização dos preços pagos pelo leite. O Índice de Captação Leiteira do Cepea (Icap-L) caiu 0,7% de março para abril e já acumula recuo de 9,8% desde o início do ano.
Segundo os pesquisadores do Cepea, para o pecuarista, o momento é de aumento das margens de lucro. Isso porque as pesquisas do Centro de Estudos mostraram que o aumento do Custo Operacional Efetivo (COE) – que considera os desembolsos correntes das propriedades leiteiras – foi de apenas 0,57% no acumulado da “média Brasil” de janeiro a abril. Variação muito abaixo da alta verificada na receita.
Repasse – Em Minas Gerais, com a valorização de 16,6% – acumulada de janeiro a maio de 2019, frente a igual período anterior – e a economia enfraquecida, o repasse do aumento para o mercado consumidor tem sido difícil. Por isso, segundo os pesquisadores, a tendência é de que as indústrias pressionem os produtores para que não ocorram novas altas.
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A valorização registrada no campo não foi totalmente repassada para o consumidor. Na média Brasil, por exemplo, enquanto o preço médio do leite, de janeiro a maio de 2019, supera em 25,3% o valor registrado em igual período do ano passado, as médias de preços do leite UHT e do queijo muçarela estão, respectivamente, 7,5% e 9,8% superiores.
Para os pesquisadores do Cepea, diante desse cenário, é importante que o pecuarista se mantenha informado e aproveite o momento de melhor receita para se planejar com cautela. Também é essencial que a relação entre produtor e indústria se fortaleça para evitar que as especulações e ruídos de informação prejudiquem as atividades no longo prazo.
Regiões – Em Minas Gerais, foi verificada elevação em todas as regiões pesquisadas. Os destaques foram o Sul e Sudeste, onde o preço líquido chegou a R$ 1,61, na média, alta de 2,72%. Na Zona da Mata, o incremento foi de 0,62% e o litro negociado, na média líquida, a R$ 1,59.
Na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), o preço do leite apresentou variação positiva de 1,12% e foi negociado a R$ 1,61, média líquida. No Vale do Rio Doce, a média líquida do leite ficou em R$ 1,47, alta de 1,55%. Houve avanço também no Triângulo, com o litro comercializado a R$ 1,68, preço 0,88% maior.