Preços no mundo sobem pelo 5º mês seguido

7 de junho de 2019 às 0h04

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Atraso no plantio do milho nos EUA esteve entre fatores que contribuíram para alta nos valores - Crédito: Jonas Oliveira

Roma – Os preços mundiais dos alimentos aumentaram pelo quinto mês consecutivo em maio, depois que o mau tempo elevou os valores do queijo e do milho, informou a agência de alimentos da ONU ontem.

A Organização para a Alimentação e a Agricultura (FAO) também alertou que uma queda acentuada na safra de milho esperada nos Estados Unidos (EUA), afetada por cheias, diminuiu sua previsão anterior de produção global de cereais em 2019.

O índice de preços dos alimentos da FAO, que mede as variações mensais de uma cesta de cereais, oleaginosas, laticínios, carne e açúcar, registrou uma média de 172,4 pontos no mês passado, contra 170,3 pontos em abril – seu maior nível desde junho do ano passado.

O índice de preços do leite da FAO subiu 5,2% em relação ao valor de abril, atingindo máxima de cinco anos, com o queijo ajudando a elevar o índice graças à forte demanda global pelo produto, já que uma seca na Oceania limitou as perspectivas de exportação da região.

O índice de preços de cereais da FAO avançou 1,4%, devido a um aumento repentino nas cotações de preço do milho, após o plantio da safra ter caído para o ritmo mais lento já registrado nos Estados Unidos devido às inundações generalizadas e chuvas.

Em contrapartida, o índice do açúcar caiu 3,2% no mês e o índice de preços dos legumes recuou 1,1%.

Produção – Em sua segunda previsão para 2019, a FAO estimou que a produção mundial de cereais chegará a 2,685 bilhões de toneladas, abaixo da projeção anterior de 2,722 bilhões de toneladas, mas ainda 1,2% acima dos níveis de 2018, quando a produção caiu.

“O aumento na produção mundial de cereais na comparação anual reflete a expansão da produção de trigo e cevada, enquanto a produção global de arroz deverá permanecer próxima ao nível recorde do ano passado”, disse a FAO.

“A produção mundial de milho, no entanto, está agora projetada para cair, com a produção dos EUA podendo encolher 10% em relação ao ano anterior, em meio a um ritmo muito reduzido de plantações devido às condições climáticas desfavoráveis”, afirmou.

A agência da ONU disse que as novas estimativas de produção e utilização sugerem que os estoques mundiais de cereais podem cair em até 3% na nova temporada, atingindo uma mínima de quatro anos de 830 milhões de toneladas. (Reuters)

Milho pode ficar mais caro no Brasil

Os problemas climáticos enfrentados pelos agricultores de milho nos Estados Unidos poderão trazer reflexos no preço do cereal no mercado brasileiro. Com a expectativa de quebra da safra norte-americana, as exportações do grão brasileiro tendem a subir. Os números indicam que mais de 25 milhões de toneladas do grão já foram comercializadas antecipadamente.

Com este cenário, a perspectiva para o segundo semestre em função da supersafra brasileira deve ser invertida em função da nova demanda e os preços do milho podem chegar a valores mais altos. A análise é do gerente de Produtos Agropecuários da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Thomé Guth, e foi apresentada aos criadores de animais participantes da 5ª Feira de Avicultura e Suinocultura Capixaba (Favesu), no município de Venda Nova do Imigrante (ES). Na ocasião, o analista ainda alertou os produtores que aproveitassem o melhor momento para garantir o cereal e minimizar o impacto nos custos.

Soja – Já para o mercado de soja, de acordo com Thomé Guth, as perspectivas são incertas quanto às exportações. Isso porque, embora a guerra comercial entre China e Estados Unidos ainda provoque forte demanda na produção brasileira, o país asiático enfrenta problemas com a peste suína africana, que resulta na diminuição no plantel e, consequentemente, na demanda pelo grão. (Com informações da Conab).

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