Conab estima novo recorde na safra mineira de grãos

13 de fevereiro de 2021 às 0h27

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A produção de soja mineira está estimada em 6,7 milhões de toneladas, volume 8,7% maior | Crédito: Camila Domingues/Palácio Piratini

Minas Gerais deverá registrar mais uma safra recorde de grãos. A perspectiva é colher, na safra 2020/21, cerca de 16,1 milhões de toneladas, volume que, se alcançado, será 5% maior que o anterior, que representa o recorde atual do Estado.

Os preços rentáveis e a demanda aquecida por importantes grãos, como a soja e o milho, por exemplo, estimularam o plantio. Os dados são do 5º Levantamento da Safra de Grãos 2020/21, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). 

De acordo com o levantamento, a área plantada no Estado é de 3,69 milhões de hectares, expansão de 5,6% frente à safra passada. Com o atraso das chuvas e um período de escassez hídrica, principalmente entre setembro e novembro, a previsão é de queda de 0,6% na produtividade, com uma média produtiva de 4,3 toneladas por hectare. 

Dentre os grãos cultivados no Estado, a soja é o destaque. A produção da oleaginosa está estimada em 6,7 milhões de toneladas, volume 8,7% maior que o colhido anteriormente e que é o atual recorde produtivo. A área destinada à soja é de 1,8 milhão de hectares, representando um aumento de 10,6%. A ampliação da área de cultivo foi estimulada pelos preços elevados e a demanda aquecida no mercado do grão. 

A falta de chuvas atrasou o plantio da soja e impactou no início do desenvolvimento, por isso, é esperada queda de 1,8% na produtividade média, que foi estimada em 3,68 toneladas por hectare. 

O gerente de acompanhamento de Safras da Conab, Maurício Lopes, explica que, nos últimos anos, o plantio de soja vem ganhando cada vez mais espaço. “A produção de soja vem avançando no aumento da área e da produção devido a maior liquidez e valor no mercado. A produtividade da soja também, em média, vem crescendo constantemente. Para este ano, não é esperada produtividade recorde porque tivemos alguns problemas climáticos e atrasos no plantio e, isso, consequentemente, tende a impactar a produtividade. Porém, com aumento de área, é esperado aumento da produção no ciclo atual”. 

Milho – Os preços do milho também valorizados incentivaram o plantio na primeira safra. Conforme os dados da Conab, é esperada uma colheita de 4,8 milhões de toneladas, incremento de 4,3% sobre a safra 2019/20. A área de cultivo está 2,2% maior, com o uso de 736,2 mil hectares. A produtividade das lavouras tende a crescer 2,1% e é estimado um rendimento médio de 6,6 toneladas por hectare. 

Para a segunda safra de milho, os dados preliminares apontam para uma alta. A produção deve crescer 2,8%, chegando a 2,9 milhões de toneladas. Caso as projeções se concretizem, na safra 2020/21, Minas Gerais vai colher 7,8 milhões de toneladas de milho, um avanço de 3,8%.

“A safra segue com tendência de crescimento, devido aos preços remuneradores. A área, no segundo ciclo, também tende a crescer. A semeadura terá atraso porque a colheita da soja atrasou, e o milho, por ser cultura de sucessão, será afetado”, explicou Lopes. 

Feijão – A perspectiva também é positiva para a produção de feijão. A produção tende a subir 8,4% na primeira safra, com a colheita estimada em 210 mil toneladas. A área de plantio foi ampliada em 6,3%, somando 154,7 mil hectares. O aumento se deve aos preços valorizados do grão no mercado. A produtividade, 1,3 tonelada por hectare, está 2% maior. 

“Atualmente o feijão primeira safra já está em fase final de colheita. Minas Gerais é um dos maiores produtores de feijão na primeira safra e registrou problemas durante a colheita com a maior incidência de chuvas”, disse Lopes.

A estimativa inicial para a segunda safra de feijão, em Minas, é de queda de 1,5% no volume a ser colhido, que pode chegar a 172 mil toneladas. 

Ao contrário das demais culturas, a produção mineira de algodão deve recuar na safra atual. A estimativa aponta para um volume 11,1% menor, com a colheita de 143,3 mil toneladas de algodão em caroço.

A concorrência com outros grãos, como a soja e milho, por exemplo, fez com que a área em produção recuasse 8,1%, com o plantio ocupando 35 mil hectares. A produtividade esperada é de 4 toneladas por hectare, 3,2% menor. A produção de algodão em pluma será de 57,3 mil toneladas, redução de 11,2%.

Brasil pode ter avanço de 4,4%

Para a produção nacional, o 5º Levantamento da Safra de Grãos 2020/21 apontou para um crescimento de 4,4%, com o volume podendo alcançar 268,3 milhões de toneladas ou 11,4 milhões de toneladas a mais do que o obtido em 2019/20. Em relação à área total plantada, estimada em 67,6 milhões de hectares, houve um avanço de 2,7% frente à safra anterior. 

“O que temos de extraordinário nesta safra é um aumento de 4,4% na produção, enquanto a área cresce 2,7%. Ou seja, nós estamos crescendo na produção pelo aumento da produtividade. Quando crescemos em produtividade, estamos ampliando a eficiência, e a agricultura brasileira está se tornando mais sustentável”, disse o diretor de Política Agrícola e Informações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Sergio De Zen. 

De acordo com os dados da Conab, a produção de milho na primeira safra apresentou uma redução de 0,8% na área cultivada, 4,2 milhões de hectares. A produção esperada é de 23,6 milhões de toneladas, queda de 8%. Somando-se a segunda e a terceira safras, a produção total no País poderá atingir 105,4 milhões de toneladas, 2,9% superior à obtida em 2019/20. A queda na primeira safra se deve à redução de área e a problemas climáticos, como a falta de chuvas. 

A soja vem mantendo a tendência de crescimento na área cultivada. Nesta safra, a estimativa aponta para uma área de 38,2 milhões de hectares, alta de 3,6% em relação ao ciclo passado, e uma produção de 133,8 milhões de toneladas, elevação de 7,2%. 

A produção de feijão na primeira safra está estimada em 1,03 milhão de toneladas, volume 6,5% menor. Quando somadas as três safras, a produção passa para 3,25 milhões de toneladas, variação positiva de apenas 0,9% frente à safra anterior.

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