Produção mineira de café diminui 26,4%

18 de dezembro de 2019 às 0h10

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O Estado colheu, na atual temporada, o equivalente a 24,55 milhões de sacas do grão - Crédito: Paulo Whitaker/Reuters

Com o encerramento da colheita, foi confirmada a queda de 26,4% na produção total de café, em Minas Gerais, na comparação com o ano anterior, quando a produção chegou a 33,3 milhões de sacas. De acordo com os dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Estado, que é o maior produtor do grão, colheu 24,55 milhões de sacas. A retração ocorreu em função da bienalidade negativa, das condições climáticas desfavoráveis e da maior incidência de pragas e doenças nas regiões produtoras.

Segundo a Conab, a produtividade dos cafezais mineiros recuou 24,5% na safra, com o rendimento médio estimado em 24,96 sacas por hectare. Na safra anterior, ciclo de produção positiva, a produtividade era de 33 sacas por hectare. Também houve queda na área, 2,5%, somando 983,7 mil hectares.

De uma produção total de 24,55 milhões de sacas, 24,23 milhões de sacas foram do café arábica, volume 26,5% menor. A produção estadual de café conilon retraiu 18,5% e somou 318,2 mil sacas.

Os pesquisadores da Conab destacam que, em Minas Gerais, um conjunto de fatores contribuiu para a redução da produção. Além da bienalidade negativa, o que já impactaria de forma negativa na produção, fatores climáticos como falta de chuvas, altas temperaturas, geada e granizo afetaram o desenvolvimento, a maturação e a qualidade dos grãos.

Regiões Principal região produtora de café, o Sul de Minas colheu 13,97 milhões de sacas, uma redução de 21,9% em relação ao ano passado. A área em produção, que ficou em 496,6 mil hectares, foi 3,4% inferior. A produtividade caiu 19,1%, com rendimento médio estimado em 28,15 sacas por hectare.

Na região do Cerrado Mineiro, foram destinados cerca de 185,7 mil hectares para a produção de café, espaço 1,8% inferior ao utilizado na temporada passada. Ao todo, foram 4,59 milhões de sacas de café colhidas, volume 35,7% menor. A produtividade média, 24,73 sacas por hectare, retraiu 34,5%. Os pesquisadores da Conab ressaltam que alguns municípios da região enfrentaram dificuldades no controle de ácaro vermelho e do bicho mineiro, impondo atenção redobrada ao produtor para não causar danos econômicos severos.

Na região da Zona da Mata, a colheita ocorreu em 276,5 mil hectares, redução de 0,8%. A produção de café chegou a 5,35 milhões de sacas, sinalizando redução de 29,2% em comparação a 2018. No período, foi observada queda de 28,6% na produtividade das lavouras cafeeiras, com a colheita de 19,36 sacas por hectare.

Os pesquisadores da Conab explicam que a diminuição se deve à bienalidade negativa em razão do acentuado desgaste fisiológico dos cafeeiros após duas safras de alta produção. Além disso, as variações climáticas durante o ciclo e a escassez de oferta e majoração expressiva dos preços dos fertilizantes prejudicaram a realização dos tratos culturais recomendados, colaborando para a redução do potencial produtivo.

Na região Norte de Minas, Jequitinhonha e Mucuri, a produção de café somou 628,7 mil sacas, redução de 17,6% em relação à safra anterior. O rendimento médio chegou a 25,25 sacas por hectare, volume 28,6% menor. A área em produção foi de 24,9 mil hectares, 5,7% menor.

País registra recuo de 20% na safra

São Paulo – A safra de café do Brasil em 2019 foi confirmada em 49,31 milhões de sacas de 60 quilos, disse ontem a estatal Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que, em setembro, havia estimado a produção em 48,99 milhões de sacas.

Os números representam queda de 20% na comparação com a safra de 2018, em redução que “se deve principalmente pela influência da bienalidade negativa do café arábica somada à diminuição da área destinada à produção”, apontou a Conab em relatório.

A produção de arábica foi fixada em 34,3 milhões de sacas, contra 34,47 milhões de sacas na previsão anterior, com redução de 27,8% na comparação anual. Já a safra de robusta alcançou 15 milhões de sacas colhidas, contra 14,52 milhões na projeção de setembro, com aumento de 5,9% em relação a 2018.

“Intempéries climáticas ocorridas em regiões de maior produção também prejudicaram o desenvolvimento das culturas”, acrescentou a estatal.

A área total cultivada chegou a 2,13 milhões de hectares, com redução total de 1,2% frente à última safra. Os números da Conab para 2019 são menores que as mais recentes projeções de consultorias independentes.

A Safras & Mercado revisou seu número para a produção do Brasil em 2019 na semana passada, para 57,05 milhões de sacas, de 58,9 milhões projetados em abril.

A Conab não divulgou previsões para a próxima safra do Brasil, quando o País voltará a um ano positivo em seu ciclo de produção. Muitos no mercado acreditam que 2020 marcará um novo recorde, devido à produção de áreas plantadas recentemente em Minas Gerais, principal Estado produtor. (Reuters)

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